Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2023
Setembro de 2023 já é o mês mais chuvoso da cidade de Porto Alegre desde 1916
Foto: Rádio GrenalAs águas do Rio Guaíba invadiram a orla em Porto Alegre, causando inundações na Capital gaúcha nesta quarta-feira (27). Conforme dados obtidos pela Sala de Situação da Defesa Civil da Capital, via satélite, o nível das águas do Guaíba está em 3 metros e 17 centímetros. A medição supera 17 centímetros a cota de inundação na área.
A previsão para os próximos dias é de chuva e ventos fortes, inclusive com queda de granizo na região. Setembro de 2023 já é o mês mais chuvoso da cidade de Porto Alegre desde 1916, quando começaram as medições regulares. Os cálculos foram feitos pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Um novo ciclone extratropical se forma na costa da região Sul do Brasil nesta quarta-feira, provocando temporais e reforçando a instabilidade do tempo no Rio Grande do Sul, segundo a MetSul Meteorologia. A formação do fenômeno ocorre em função de uma área de baixa pressão que se deslocou da Argentina e do Paraguai para a região na terça-feira (26).
Segundo o Inmet, a Região Metropolitana de Porto Alegre está sob alerta amarelo de perigo potencial de tempestades nesta quarta-feira. A previsão é de chuvas de até 50 mm e ventos de até 60 km/h, com risco de queda de granizo. O instituto também tem um aviso para a intensificação dos ventos costeiros na área.
Prefeitura fecha comportas do Guaíba
A Prefeitura de Porto Alegre determinou, na segunda-feira (25), o fechamento do sistema de comportas do rio Guaíba. O anúncio foi feito pelo prefeito da Capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB), nas redes sociais.
“A medida leva em conta a previsão de mais chuvas no Rio Grande do Sul, além do vento Sul represando a água. A operação inicia pelos portões 3, do Tribunal de Contas, e 4, da Avenida Sepúlveda. Estamos acompanhando as medições e com as equipes mobilizadas para atuar conforme a necessidade”, escreveu o prefeito.
Centro de Treinamento do Inter
O nível do Guaíba atingiu, na manhã desta quarta-feira, o CT (Centro de Treinamento) do Parque Gigante, do Inter. As águas invadiram os campos onde os jogadores realizam o treino e toda a parte social, como quadras de futebol, churrasqueiras e quiosques.
A cheia não atrapalhou o treino dos jogadores, pois o time está no Rio de Janeiro, onde enfrenta o Fluminense, pelo jogo de ida da semifinal da Copa Libertadores. Se o CT ainda estiver alagado, ou com os campos danificados, até a volta do grupo de jogadores do Rio de Janeiro, os atletas irão treinar no Beira-Rio.
Zona Sul da cidade
Um vídeo capturado pelo Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços) de Porto Alegre mostra o Guaíba avançando sobre a zona Sul da Capital. Por conta da cheia, a Orla do Guaíba está parcialmente interditada nos trechos 1 e 3. Além disso, os agendamentos dos equipamentos esportivos estão suspensos.
A prefeitura da Capital decidiu que o sistema de contenção do Guaíba permanecerá com todas as comportas fechadas nesta quarta-feira. As comportas começaram a ser ativadas na segunda-feira. No caso dos portões que costumam ficar fechados, o reforço se deu a partir de sacos de areia posicionados pelas equipes do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos). O órgão segue monitorando a situação das áreas ribeirinhas.
A forte elevação do Guaíba das últimas horas deve-se à chuva que caiu em pontos das bacias dos rios nas proximidades de Porto Alegre, mas, especialmente, ao vento do quadrante Sul que começa a soprar sobre o Norte da Lagoa dos Patos. Com vento Sul mais forte previsto para o decorrer desta quarta, inclusive com rajadas fortes, a tendência é de o represamento aumentar e o nível se elevar ainda mais.
Segundo a Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania), chega a 137 o número de pessoas acolhidas em abrigos provisórios na Capital. Destas, 50 estão na Escola Estadual Alvarenga Peixoto, na Ilha dos Marinheiros; 39 na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada; e 48 são indígenas residentes do bairro Lami abrigados no Centro Social Padre Pedro Leonardi, na Restinga.