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Nível do Guaíba deve permanecer acima dos 5 metros nos próximos dias; para atingir os 3 metros, pode levar cerca de um mês

Na cheia de 1941, levou-se 32 dias para a descida do nível até 3m. O mesmo pode se repetir agora em 2024. (Foto: Giulian Serafim/PMPA)

Projeção do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS reafirma cheia duradoura do Guaíba. A previsão é de níveis elevados acima de 5m nos próximos dias, podendo reduzir lentamente para abaixo dessa marca durante a semana.

Na cheia de 1941, levou-se 32 dias para a descida do nível até 3m. O mesmo pode se repetir agora em 2024.

Há uma possibilidade de repique por efeito das chuvas previstas para o fim de semana, podendo retornar a marca dos 5m. Caso as precipitações não se confirmem, a tendência é de redução gradual, mantendo-se acima de 4m por mais de uma semana.

Até o momento o sistema se comportou conforme as previsões anteriores. Ocorreu elevação rápida até sexta-feira (3), lenta no sábado (4), e estabilização em 5,30m no domingo (5). Os níveis do Guaíba seguem elevados, em torno de 5,19m (na noite dessa terça). As principais preocupações agora seguem sendo a duração dos níveis elevados e as possibilidades de repiques em função de novas chuvas ou efeito do vento.

No momento, os rios afluentes ao Guaíba apresentam estabilização em níveis elevados ou lenta redução. Sem precipitações elevadas nas últimas 24h na maior parte do RS, e da ordem de 80 mm na região sul.

Não há previsão de precipitação significativa nas próximas 24h, com exceção da região sul do RS. Há previsão de precipitação nos próximos 5 dias podendo ter acumulados de até 100 mm entre sexta-feira e sábado nas bacias do Guaíba e Taquari-Antas. Previsão de vento norte moderado até esta quarta-feira (até 30 km/h) e vento sul na quinta (até 20 km/h).

Considerando os elevados níveis previstos e suas incertezas, por segurança, recomenda-se todas as ações de proteção de vidas e minimização dos prejuízos nas áreas já impactadas e nas potencialmente impactadas.

Considerando ainda a elevada duração prevista, recomenda-se ações imediatas na busca de soluções para reestabelecimento de infraestruturas de serviços essenciais como abastecimento d´água e manejo de resíduos sólidos.

O Guaíba corta a capital gaúcha, Porto Alegre, e a cheia impacta também municípios da Região Metropolitana, que estão entre os mais prejudicados pelos temporais.

Sul

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) alertou ainda para a tendência de que o alto volume de águas no Rio Guaíba deságue na Lagoa dos Patos, no sul do Estado, o que gera alerta para os municípios da região.

No oeste e na região central, a situação dos rios também é preocupante devido à elevação de níveis na Bacia do Rio Uruguai. Em Itaqui, São Borja e Uruguaiana a tendência é de subida do nível dos rios.

As cidades de Porto Mauá, Manoel Viana, Garruchos e Alegrete, estão acima da cota de inundação, mas com tendência de declínio dos níveis. Já em Iraí, Itapiranga, Porto Lucena e Rosário do Sul, o rio está acima da cota de alerta, mas em processo de descida, conforme aponta o último boletim do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Uruguai.

As cidades de São Sebastião do Caí e Montenegro, na Bacia do Rio Caí, ainda estão acima da inundação, mas em processo de descida. Nesses municípios, também foram registrados os maiores níveis da história. São Sebastião do Caí chegou a 17,6m e Montenegro ultrapassou o recorde de 9,55m da cheia de 1941.

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