Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Flavio Pereira | 3 de dezembro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A expressão “colocar a raposa para cuidar do galinheiro” nunca foi tão verdadeira. Agora, sabendo que o PT precisará das bancadas do MDB na Câmara e no Senado para aprovar a PEC do Rombo no orçamento, além de outras medidas, o partido está tentando se aproveitar dessa fraqueza da esquerda e emplacar o senador Renan Calheiros, um dos seus caciques, no Ministério da Justiça. O sonho dos caciques do MDB, na sua maioria enrolados com inquéritos criminais, é controlar a Polícia Federal. Esta proeza não seria novidade: Renan já comandou o Ministério da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, de 1988 a 1989. Não será uma tarefa fácil, até mesmo para um governo de esquerda que elegeu para presidente alguém condenado em três instâncias por crimes de corrupção.
Alcolumbre quer “negociar” tramitação da PEC do rombo
A equipe de transição do PT descobriu agora que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senador Davi Alcolumbre (União-AP), malandro do baixo clero, está “criando dificuldades para vender facilidades” na tramitação da PEC do rombo. Como a proposta precisa passar pela CCJ, Alcolumbre está travando a tramitação, à espera de que algum líder da transição venha “negociar” com ele. Para quem já traiu Jair Bolsoanro, que ajudou a colocá-lo na presidência do Senado, algo impensável para um senador do baixíssimo clero, a “negociação” com o PT para que ele destrave na CCJ a tramitação da PEC do rombo, não vai ser fácil.
Esta semana o PT descobriu o óbvio: não tem votos para aprovar a PEC do rombo
Os estrategistas políticos do Palácio do Planalto, entre eles o Chefe da Casa Civil Ciro Nogueira, estimam que o PT e aliados, na hipótese mais otimista, conseguiriam apenas 240 deputados da Câmara para a aprovação da PEC do Rombo, número bem abaixo dos 308 necessários. Caso não consiga aprovar a medida com a atual legislatura, será quase impossível fazê-lo com a nova composição da Câmara, ainda mais hostil à esquerda, e o futuro governo terá pela frente um rombo bilionário nas contas públicas, capaz de afetar até mesmo a sua estabilidade política.
Maduro não pode entrar em território brasileiro
Para quem não sabe, está em pleno vigor uma portaria de 2019, assinada pelos então ministros da Justiça, Sérgio Moro, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, impedindo o ditador da Venezuela Nicolás Maduro, de ingressar em território brasileiro. A decisão foi lembrada esta semana, depois que o presidente eleito Lula, do Partido dos Trabalhadores, pediu que Maduro fosse incluído na lista de convidados para a sua posse. Na equipe de transição, já se dá como certo, que Lula irá revogar esse decreto, e anunciar que o governo de Maduro deverá ser novamente reconhecido como o legítimo na Venezuela pelo governo brasileiro. No momento, no governo Bolsonaro, é reconhecido como o mandatário da Venezuela, Juan Guaidó.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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