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“No Brasil, são os mais ricos que se sentem mais injustiçados”, diz ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou as medidas na semana passada. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Ao falar sobre temas como a isenção para a carne na reforma tributária, nesta manhã de sexta-feira (12), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, no Brasil, são os mais ricos que se sentem mais injustiçados. Citou como exemplo a cobrança de imposto de renda em fundos exclusivos e offshore e ainda disse que os ricos que têm filhos estudando em Princeton são os que mais se sentem prejudicados.

“Deixa o pobre pagar imposto sobre a carne para financiar os ricos que estão fora do Brasil”, criticou, durante o 9º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). “Quem está mal acostumado aqui infelizmente é a elite”, disse, ao defender que é preciso enfrentar essas questões ou “vamos ver injustiça na rua o dia inteiro”.

Haddad reforçou que existem apenas três formas de se reduzir a alíquota padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA): permitir o mínimo possível de exceções à alíquota-padrão, combater a sonegação, ou tributar a renda, como faz os países-membro da OCDE.

“O ministro da Fazenda ou é derrotado ou é parcialmente derrotado, não existe alternativa para ele ganhar nunca”, disse, acrescentando: “Fui parcialmente derrotado, mas fui o único que conseguiu cobrar alguma coisa”. Ele ponderou que a União não cobra imposto sobre a carne, há incidência de tributos estaduais e reiterou que considerava o cashback uma opção melhor.

Reação do mercado

Após as falas do ministro, o dólar renovou máxima. A economista da Valor Investimentos Paloma Lopes diz que o dólar sobe ante o real, na contramão externa, pela instabilidade em relação à política fiscal do governo Lula, que segue afetando muito o sentimento no mercado.

Segundo ela,Haddad adotou uma postura antimercado e contrária à elite do País nas falas desta manhã, destoando muito do tom mais conciliador que vinha adotando em relação ao setor privado e ao mercado. Isso assusta um pouco e se reflete na alta do dólar, avalia.

A economista também observou que, no exterior, embora a situação do presidente americano Joe Biden na tentativa de disputar a reeleição preocupa, o dólar recua e os juros dos Treasuries buscam acomodação sob efeito ainda do CPI (inflação) mais fraco e perspectivas de cortes de juros nos EUA este ano.

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