Um novo elemento figura entre as cores verde e amarela, bandeiras do Brasil, rostos de Jair Bolsonaro, estrelas de Davi e motivos religiosos nas passeatas que o ex-presidente faz pelo País: a imagem de Elon Musk. O bilionário sul-africano, querido pela direita global, foi adotado pelos bolsonaristas após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar a suspensão do X (antigo Twitter), propriedade do empresário, do território nacional.
Bolsonaro fez nesta quinta-feira (5) sua primeira passagem por Minas Gerais no período de campanha para as eleições municipais. A viagem que tem como destino BH e Região Metropolitana começou em Santa Luzia e terminou na capital mineira. Entre as duas cidades, ele passou por Contagem, onde vendedores ambulantes aproveitaram o momento para faturar e lançar camisetas com o rosto de Elon Musk entre os itens expostos para os apoiadores do ex-presidente.
Musk é um notório apoiador de causas associadas a Donald Trump nos Estados Unidos e, por consequência, a outros líderes da direita mundial. O embate com o STF no Brasil colocou frente a frente duas figuras já presentes no imaginário bolsonarista: o bilionário sul-africano e o ministro Alexandre de Moraes.
No fim de agosto, Moraes ameaçou suspender o X no Brasil se a empresa não nomeasse um representante legal no país. O imbróglio se deu na esteira do bloqueio de perfis ultraconservadores na rede social e discussões sobre os limites da liberdade de expressão. A promessa foi cumprida diante da desobediência do bilionário: a plataforma está suspensa desde o dia 30 de agosto em decisão do magistrado, referendada em colegiado pelo STF.
Penduradas em varais
Em varais de camisas à venda em Contagem, o rosto de Musk aparece em meio a camisas com a bandeira nacional, fotos de Bolsonaro e imagens de uma colheitadeira com a inscrição “o Brasil é agro”. Em 7 de Setembro, bolsonaristas de BH se reuniram na Praça da Liberdade para uma manifestação contra Moraes e a favor do bilionário, boa oportunidade para ambulantes faturarem mais algum dinheiro com a inusitada batalha entre o juiz e o empresário.
O dia do ex-presidente começou em Santa Luzia, onde participou de um almoço em um restaurante self-service, ao lado da candidata do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) na cidade, Fabia (PL). Em seguida, seguiu para Contagem, na Grande BH, onde o deputado federal Junio Amaral (PL) também lançou sua candidatura à prefeitura. Lá, durante cerca de 10 minutos, ele destacou os novos nomes da direita e disse que “os conservadores voltarão ao poder” para “conduzir o nosso país para o porto seguro”.
“Querem calar nossa voz. Um país livre, mas com o povo sem liberdade. E quem acha que estou errado, vai no X. Somos negligentes com a política, pois sempre achamos que os políticos são iguais. Mostramos juntos, a partir de 2019, que não era bem assim. Fizemos um governo diferente, buscamos pessoas certas e técnicas para construir uma grande nação”, afirmou Bolsonaro.
Depois do comício, o ex-presidente, que estava acompanhado por Nikolas, pelo senador Cleitinho (Republicanos) e pelo candidato do PL à prefeitura de BH, Bruno Engler (PL), seguiu para a capital mineira, onde fez uma pausa em um hotel na Região da Savassi. Depois, Bolsonaro seguiu para o BeFlyHall, que marcou o primeiro ato com o líder do PL na campanha de BH.
No local, centenas de apoiadores aguardavam o ex-presidente, vestindo camisas verde e amarelas e gritando “mito” e “volta, Bolsonaro”. Em discurso que durou cinco minutos, o ex-presidente citou o Supremo Tribunal Federal (STF), mencionou a facada, que completava seis anos, e convocou os apoiadores para o dia 7 de setembro, para um evento na Avenida Paulista, em São Paulo. As informações são do jornal Estado de Minas.