Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2023
Deputados de oposição pediram a prisão do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles também cobram a quebra do sigilo telefônico e telemático (mensagens) de Dias, que é muito próximo de Lula.
A notícia-crime foi enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e é assinada por 33 deputados e um senador de sete partidos. O documento acusa o ex-ministro de omissão imprópria, por não ter tentado impedir a invasão ao Palácio do Planalto.
“Ao ter conhecimento, bem como presenciar os fatos ocorridos no dia 08/01/2023, atrai sua Excelência o dever de impedir o resultado ou ao menos agir sob tal intento, sob pena de, em caso de inércia, responder criminalmente pelos fatos que não impedira”, diz o documento.
Bolsonaristas querem prisão de Gonçalves Dias mesmo após demissão
O ex-ministro pediu demissão depois da divulgação de imagens dele dentro do Palácio do Planalto durante as invasões do dia 8 de janeiro.
O documento assinado por deputados do PL, PSD, Novo, Podemos, PP, MDB e PSDB. São eles Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Marcelo Álvaro Antonio, Coronel Meira, Carlos Jordy, Caroline de Toni, Gilberto Gomes da Silva, Gilvan da Federal, Evair Vieira de Melo , Rodolfo Nogueira, Delegado Caveira, Eder Mauro, Zé Trovão, Lucas Redecker, Capitão Alden, Paulo Bilynskyj, Daniel Costa de Freitas, Marcel Van Hatten, Jaziel Pereira de Sousa, Bibo Nunes, José Medeiros, Mario Frias, André Fernandes de Moura, Gustavo Gayer, Geraldo Junio do Amaral, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Mario Palumbo Junior, Leandro de Jesus, Fabio Costa, Bia Kicis, Magno Malta, Sargento Fahur, Maurício Bedin Marcon e Daniela Reinehr.
O senador Cleitinho, do Republicanos, e o Podemos também manifestaram apoio ao pedido depressão apresentado à PGR.
Depoimento
O general Gonçalves Dias disse em depoimento à Polícia Federal (PF) nessa sexta-feira (21), que não prendeu os invasores do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro porque fazia “gerenciamento de crise”.
No meio desta semana, Dias pediu demissão do comando do GSI após a revelação de imagens pela CNN Brasil que mostram o general circulando tranquilamente no andar do gabinete presidencial e indicando a saída do prédio aos extremistas.
O coronel argumentou que não tinha “condições materiais” de fazer as prisões sozinho e que, em sua avaliação, houve um “apagão” do sistema de inteligência. A falha, segundo o depoimento, estaria na “falta de informações para tomada de decisões”, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
O coronel narrou ainda que um dos radicais estava “altamente exaltado” e que entendeu “não ser conveniente e seguro a prisão dos vândalos naquele momento sem planejamento e em razão dos ânimos exaltados e a presença e de famílias, idosos e crianças”.
Segundo documento divulgado pela Globonews, Dias disse no depoimento que estava no Planalto para retirar os invasores de lá. O ex-ministro afirmou que, sozinho, não teria conseguido prender os golpistas.