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Brasil No desespero, Machado envolve “até a mãe, quanto mais amigo”, diz Renan

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"Ela já foi punida, afastada, mas não inabilitada", disse Calheiros (Foto: Agência Senado)

Irritado com as citações de Sérgio Machado e o pedido de prisão feito pela PGR (Procuradoria Geral da República), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), subiu o tom, nesta quinta-feira (16), contra o procurador Rodrigo Janot, e disse que ele “extrapolou o limite do ridículo” ao pedir, ao STF (Supremo Tribunal Federal), sua prisão, negada pelo ministro Teori Zavascki.

“Com todo o respeito, acho que o Ministério Público Federal, através do procurador-geral, já havia extrapolado o limite constitucional. Com esses pedidos de prisão, extrapolou o limite do ridículo, e isso é muito ruim para a República”, atacou o peemedebista.

O presidente do Congresso disse ainda que, diante do desespero de presos para sair da cadeia e proteger as famílias, podem delatar “até a mãe”, afirmou, referindo-se a Sérgio Machado. “No desespero, ele envolve até a mãe, quanto mais um amigo.”

Renan acusou a Operação Lava-Jato de “preparar três delações” para atingir os senadores. Ele citou os acordos celebrados pelo ex-senador Delcídio Amaral, a gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, que culminou na prisão de Delcídio, e a delação de Sérgio Machado, que ele disse ser “mentirosa do começo ao fim”.

“Não apresenta uma prova sequer, é a repetição da narrativa de delatores que estão desesperados para sair da cadeia, ou querem limpar ou lavar milhões que pilharam do setor público. Eu não acho isso razoável, não acho.”

Como já divulgado nas conversas telefônicas gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e afilhado político de Renan, o presidente do Senado voltou a defender mudanças na lei de delações premiadas, sobretudo proibir a celebração de acordos com presos e citou, por exemplo, o caso dos Estados Unidos, que cancelam acordos em caso de vazamentos. Renan defendeu a Operação Lava-Jato, mas disse que seu principal objetivo deve ser “separar o joio do trigo”, ou seja, os investigados “por ouvir dizer” dos “que roubaram bastante”.

“Entendo que é preciso mudar mesmo alguns aspectos da lei de delação. Não da Lava-Jato, ela tem cumprido papel fundamental para o Brasil e vai possibilitar ultrapassarmos essa etapa da nossa história. Mas o principal papel da Lava-Jato e de outras operações é separar o joio do trigo, dividir aqueles que estão investigados por ouvir dizer, citações levadas como que julgamentos públicos nos meios de comunicação, daqueles que roubaram bastante e que querem, com narrativa mentirosa e inventada como essa do Sérgio Machado, lavar 90% do dinheiro pilhado da população. Isso não faz o Brasil melhor”, atacou.

“É uma narrativa para botar uma tornozeleira, ficar preso em casa e limpar mais de R$ 1 bilhão roubado do povo brasileiro. Isso precisa ser alterado na lei da delação. O Congresso que fez a lei, eu que comandei a aprovação da lei, evidente que tenho como colaborar para o aperfeiçoamento dessa lei. Difícil se obter de uma pessoa presa, desesperada, com a família passando fome, uma delação, porque ela vai ali contar uma narrativa, já que não lhe exigem provas, e vai dizer absolutamente o que quiser”, acrescentou Renan.

O peemedebista afirmou “estar claro” que o Ministério Público escolheu como alvo de ataque o Senado Federal. Renan contou que, só essa semana, foi duas vezes ao STF para impedir operação de busca e apreensão na Casa, para apreender documentos de uma CPI que, segundo ele, já são públicos. Ele atribui isso a um suposto desejo do MP de “expor e enfraquecer a instituição”. E disse que trabalhará para que não aconteçam mais “abusos” envolvendo os senadores.

O peemedebista anunciou ainda que decidirá até a próxima quarta-feira sobre o pedido de impeachment do procurador Rodrigo Janot, que chegou ao Senado nesta quarta. Ele admitiu que, caso haja citações ao seu nome na petição, poderá se declarar impedido para analisar o pedido. O peemedebista afirmou que há outros oito pedidos de impeachment na fila.

Ele também defendeu o presidente interino Michel Temer (PMDB-SP), citado por Machado, ao chamar suas acusações de “mentirosas” e “totalmente criminosas”. O ex-presidente da Transpetro acusa Temer de pedir R$ 1,5 milhão para a  campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012. A doação, segundo Machado, seria feita com dinheiro fruto de recursos ilícitos. Renan disse que Machado não tinha sequer relação direta com Temer para “constrangê-lo”.

“Essa citação do Sérgio Machado com relação ao presidente Michel Temer, nós que conhecíamos as relações de todos, é uma coisa mentirosa, mais do que mentirosa, uma coisa totalmente criminosa. Ele não tinha sequer essas relações diretas com o presidente Michel para constrangê-lo numa circunstância dessa. Repilo isso”, disse o presidente do Senado. (AG)

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https://www.osul.com.br/no-desespero-machado-envolve-ate-a-mae-quanto-mais-amigo-diz-renan/ No desespero, Machado envolve “até a mãe, quanto mais amigo”, diz Renan 2016-06-16
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