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No mesmo barco

(Foto: Leandro Osório/ Especial Palácio Piratini)

A assessoria do Palácio Piratini recebeu ontem um pedido do governo de Minas Gerais: quer a cópia do projeto de lei que prevê indenização aos servidores públicos pelos dias de atraso no pagamento dos salários. Vai encaminhar a mesma proposta à Assembleia. Só falta o Rio de Janeiro se manifestar. É o trio dos rombos e dos decretos de calamidade financeira.

VÃO USAR UMA BROCA

Afora a vitrine que costuma dar aos participantes, o produto principal das CPIs é um relatório encaminhado ao Ministério Público. Na Assembleia Legislativa, PT, PC do B e Psol querem abrir uma “para apurar a verdade sobre parcelamento de salários”. Não fará o dinheiro que falta cair do céu ou brotar do chão, mas dará mais transparência à situação das finanças. A área técnica do governo mantém os números fechados. Questão de poder.

PRESSA & PREJUÍZO

A última reavaliação da planta de valores dos imóveis em Porto Alegre ocorreu há 28 anos. Não dá para querer resolver o problema em 28 dias. A Prefeitura pretendeu atropelar e a maioria na Câmara Municipal resistiu bravamente. Calma e água com açúcar não fazem mal a ninguém.

CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL

A maioria dos prefeitos gostaria que jamais tivesse sido redigida a Súmula 160 do Superior Tribunal de Justiça. O texto estabelece que o aumento do Imposto Predial, acima do índice anual da inflação, só pode ocorrer por lei. Quer dizer, com aprovação da Câmara. Sonham em ter o poder de fixar valores sem precisar do aval.

SEM RODEIOS

Faixa exposta por apoiadores do Livres na galeria da Câmara durante a votação do projeto do novo IPTU de Porto Alegre: Cinco meses do seu trabalho para o governo. O que você recebe em troca?

PARA NÃO PISAR EM SEUS CALOS

O plenário do Senado mostrou que, acima de tudo, os valores mais prezados são a solidariedade e a independência. Aprovou ontem, por 43 votos a 8, o pedido de urgência para realização de sessão extraordinária e votação da decisão do Supremo Tribunal Federal de afastar o senador Aécio Neves do mandato e impor ao tucano recolhimento domiciliar noturno. Será na terça-feira.

DEMAGOGIA CONDENADA

Alguns partidos acordam cedo e começam a pensar sobre como serão os programas de propaganda eleitoral em rádio e TV. Precisarão deixar de representar um conto de fadas que vira em pesadelo real no primeiro dia de governo.

COMPARAÇÃO

O leilão de quatro usinas hidrelétricas operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais rendeu 15 bilhões e 900 milhões de reais. Não paga mais do que 14 dias de juros da dívida do governo federal.

RESISTÊNCIA

Na próxima terça-feira, a Petrobras completará 64 anos. Apesar de assaltada, permanece como orgulho dos brasileiros pelo arrojo e pela competência em buscar petróleo a 5 mil metros de profundidade. As descobertas comprovam que a fonte energética deverá durar muito mais do que se imagina.

HÁ 25 ANOS

A 29 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados autorizou por 441 votos a 38 a abertura do processo de impeachment contra o presidente Fernando Collor, que se afastou o cargo.

NÃO TEM JEITO

Na campanha presidencial de 1992, James Carville, assessor da campanha de Bill Clinton, criou a frase “É a economia, estúpido!”. O slogan resumiu o fator decisivo para a vitória sobre George Bush naquele ano. Os eleitores estavam mais preocupados com a crise econômica do que com o triunfo de Bush na Guerra do Golfo.

Se fosse hoje assessor de Michel Temer, Carville acabaria desempregado. Mesmo com inflação baixa e liberação de 42 milhões de reais das contas inativas do FGTS, além de sinais de que a Economia vai se recuperar, as pesquisas mostram que o prestígio do presidente desce a ladeira sem parar.

MAU COSTUME

A escritora francesa Simone de Beauvoir dizia: “O mais escandaloso nos escândalos é que nos habituamos a eles”. A frase parece desenhada para o Brasil.

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