Os que sentem no bolso a redução abusiva de suas aposentadorias já se cansaram dos discursos simpáticos, demagógicos, ilusionistas, frágeis, inconvenientes e vazios. Com o déficit da Previdência aumentando cada vez mais, é preciso que o debate tenha focos definidos. Cito alguns:
1º) Em países evoluídos, houve a formação de fundos de reserva, há muitas décadas, o que garante o pagamento de valores justos aos beneficiados, sem a necessidade de recorrer aos cofres públicos e disputar com o orçamento da saúde, da educação e da segurança pública.
2º) Não é mais admissível que a definição dos rumos se dê sem a participação direta de especialistas credenciados em cálculos atuariais. O chutômetro quebrou.
3º) Os contribuintes não podem mais ficar apartados do sistema. Se tivessem participado desde a década de 1950, não ocorreria a falência vergonhosa da Previdência. Irresponsáveis não tomariam valores vultosos para a construção de obras faraônicas, que nunca mais retornaram ao cofre de origem.
Todos à mesa
Os deputados da base aliada foram convidados para café da manhã, quinta-feira, no Palácio do Planalto. Vão tratar do projeto de reforma da Previdência. O presidente Jair Bolsonaro fará uma espécie de match treino, expressão futebolística do tempo do offside, goal keeper e free-kick.
Dois lados
As planinhas de votações de minirreformas da Previdência, a partir de 2003, mostram que o deputado federal Jair Bolsonaro votou contra medidas que, na condição de presidente da República, tentará aprovar.
Posição definida
A tese do imposto único tem no secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, um defensor desde o começo da década de 1990. Sua a avaliação, há mais de 25 anos, é que os custos de fiscalização e arrecadação fiscal chegam a 10 por cento das receitas tributárias. Somando-se às despesas da complicada escrituração contábil a que está sujeita a iniciativa privada, ultrapassam 15 por cento do valor arrecadado em impostos no País.
Tem adeptos
Novos senadores e deputados federais vão agendar encontro com Cintra e retomar o tema, na certeza de que o governo poderá encontrar uma fórmula para ajudar a sair do fundo do poço.
Penúria é grande
Durante audiências, prefeitos surpreendem, pedindo a secretários estaduais a doação do que existe nos depósitos. Desde veículos não mais utilizados, passando por cadeiras, mesas, armários, ventiladores, computadores e tudo que estiver disponível. Alguns desistem quando tomam conhecimento da burocracia que envolve a operação.
Duelo
O PT fará eleição para a presidência do diretório nacional em junho. Fernando Haddad é o favorito, mas Gleisi Hoffmann tem o apoio de Lula.
Indesmentível
O presidente francês Charles De Gaulle disse certa vez: “Não há pior coisa para um partido do que ficar fora do poder, se não tiver vocação para isso.”
As comprovações se espalham.
Nada mal
Os que menos ganham dinheiro do famoso Fundo Partidário são o Novo e da Mulher Brasileira. Para cada um, 96 mil mensais. O PT segue liderando o ranking: 8 milhões e 967 mil a cada 30 dias.
Deu no site
Presidente da Vale desconhece causas do rompimento da barragem em Brumadinho.
Talvez, na cela de uma prisão, venha a descobrir.
Outra
Chamado de mentiroso por Bolsonaro, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, quer uma saída honrosa.
Talvez com a banda dos Fuzileiros Navais na descida da rampa do Palácio.
Choro é livre
Secretários estaduais da Fazenda planejam encontro. Tema proposto: Doenças Financeiras.
Decadência
O que resta da alta sociedade carioca anda inconsolável e enxuga as lágrimas com lenço de seda francês: depois de 25 anos, a Ilha de Caras está de mudança de Angra dos Reis para Ilhabela, em São Paulo.