Quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de março de 2018
O Ministério da Saúde está convocando adolescentes de todo País para se vacinarem contra o HPV (Papiloma Vírus Humano) e a meningite. A preocupação da pasta é com as baixas coberturas vacinais em todos os Estados da Federação.
No Rio Grande do Sul, desde a incorporação da vacina HPV no calendário nacional, a cobertura com as duas doses é de 43,6% entre meninas de 9 a 14 anos e de 45,5% entre os meninos de 12 e 13 anos, com a primeira dose.
Na nova Campanha Publicitária de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningite, o Ministério da Saúde convoca 10 milhões de adolescentes de todo o País para atualizarem suas cadernetas de vacinação. Deverão ser vacinadas contra o HPV meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Neste ano, o Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária da vacina meningite C, que agora passa a ser de 11 a 14 anos de idade. No ano passado, estavam sendo vacinados contra a doença meninas e meninas de 12 a 13 anos.
“Esta campanha está completamente de acordo com a mudança de foco que estamos implantando no Ministério da Saúde, que é priorizar a prevenção. Estamos investindo na prevenção para evitar que as pessoas fiquem doentes”, explicou o ministro Ricardo Barros.
A campanha publicitária será veiculada até 30 de março e traz o slogan “Não perca a nova temporada de vacinação contra a meningite C e o HPV” e utiliza a linguagem das séries famosas de TV para se aproximar dos adolescentes.
A coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, Carla Domingues, lembra que as vacinas contra o HPV e a meningocócica C fazem parte do calendário de rotina disponível nas unidades do SUS. “É importante ressaltar que é uma campanha informativa, de esclarecimento e não uma campanha de vacinas. É importante para alertar sobre a necessidade da vacinação, esclarecendo o que é mito e boato, e informações verdadeiras, baseadas em estudos científicos”, observou a coordenadora.
HPV
No Brasil, 4,9 milhões de meninas procuraram as unidades do SUS para completar o esquema com a segunda dose, totalizando 48,7% na faixa etária de 9 a 14 anos. Já com a primeira dose, foram vacinadas 8 milhões de meninas nessa mesma faixa, o que corresponde a 79,2%. Entre os meninos, 1,6 milhão foram vacinados com a primeira dose, o que representa 43,8% do público-alvo. A pasta alerta que a cobertura vacinal só está completa com as duas doses. Para este ano, foram adquiridas 14 milhões de doses da vacina contra HPV.
Segundo estudo realizado pelo projeto POP-Brasil em 2017, a prevalência estimada do HPV no Brasil é de 54,3 %. O estudo entrevistou 7.586 pessoas nas capitais do País. Os dados da pesquisa mostram que 37,6 % dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.
O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A vacina contra o HPV previne contra diversos tipos de câncer. No Brasil, são estimados 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil óbitos de mulheres devido à doença. Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% das ocorrências de câncer de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV, principalmente pelo subtipo 16.
Meningocócica C
Desde o ano passado, já foram vacinados 32% do público-alvo da campanha. Para este ano, foram adquiridas 15 milhões de doses da vacina contra meningite. O esquema vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo da campanha. Além de proporcionar proteção, a ampliação alcançará o efeito da imunidade de rebanho, ou seja, a proteção indireta das pessoas não vacinadas.
Vacinação nas escolas
A participação das escolas é fundamental para reforçar a adesão dos adolescentes à vacinação, potencializando, dessa forma, a imunização. Por isso, o Ministério da Saúde em parceria com o MEC (Ministério da Educação) tem promovido a vacinação nas escolas, dentro do Programa Saúde na Escola.
“Com a publicação da portaria que incluiu a vacinação no Programa Saúde na Escola, agora temos os marcos legais e a garantia institucional para levar a prevenção e a saúde às escolas brasileiras. Nessa campanha, vamos pedir ao MEC que solicite às escolas o envio ao Ministério da Saúde da programação de vacinação em cada unidade escolar”, explicou o ministro.