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Rio Grande do Sul No RS, viagens de quatro horas agora mais que dobram de tempo

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Corredor humanitário é acessado apenas por veículos de emergência e caminhões para abastecer a cidade. Nesse fim de semana está sendo testado liberá-lo da meia noite às cinco da manhã. (Foto: Julio Ferreira/PMPA)

O taxista Marcelo Moreira Correa, 46 anos, foi chamado para levar de Porto Alegre a Canoas um grupo de funcionários de uma empresa que ficou debaixo d’água com as enchentes que atingem a região desde o começo de maio.

O trajeto entre a capital gaúcha e a cidade da região metropolitana, que costumava levar em torno de 30 minutos, virou uma viagem de 3 horas na ida e 3 horas e 40 minutos na volta. O tempo total varia dependendo do horário e do fluxo na rota, mas quase duas semanas após as inundações, segue entre 2h e 4h.

Um colega, conta ele, levou 9 horas para chegar a cidade de Triunfo, um destino a 80 quilômetros da capital, que normalmente ficava cerca de uma hora de distância. As longas odisseias em que se converteram viagens dentro do Rio Grande do Sul mostram o impacto do maior desastre natural do estado, que afetou mais de 90% dos 497 municípios.

Até essa quinta-feira (16), o estado tinha 94 trechos com bloqueios totais e parciais em 51 rodovias estaduais, entre estradas, pontes e balsas. Às dificuldades, soma-se ainda o trânsito intenso em vias onde é possível trafegar.

O servidor público federal André Mottin, 40, precisou viajar de Passo Fundo, na região norte, a Porto Alegre, na semana seguinte às chuvas. O trajeto que costumava levar em torno de 4 horas passou para 10h, com a BR-386 bloqueada por deslizamentos, inundações e problemas em pontes – um trecho passa pela região do vale do Taquari.
A solução foi encontrar uma rota alternativa e acessar a capital por Viamão, na ponta contrária da entrada usada normalmente.

“A viagem foi muito tensa, porque não sabíamos se conseguiríamos passar, se haveria trechos bloqueados e se havia risco de deslizamento ou de alguma destruição da via”, conta ele.

Desafio

Segundo o comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar, coronel Rogério Pereira Martins, o desafio inicial foi garantir que produtos de primeira necessidade chegassem aos municípios. Ele afirma que o cenário agora é de reconstrução de trechos que tiveram danos, para restabelecer ligações entre as regiões do Estado.

O secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, diz que estão sendo destinados R$ 117,7 milhões para a recuperação imediata da infraestrutura das rodovias estaduais, para auxiliar na assistência à comunidades afetadas.

Costella afirma que, no pior momento desde o início das chuvas e enchentes, o Estado chegou a registrar 170 pontos de bloqueios em 79 rodovias, atingindo 97 municípios. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) também acompanha a situação das rodovias federais no Estado, junto ao Ministério dos Transportes e à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e começou a divulgar um boletim diário com dados de liberação, pontos de bloqueio e outros, na semana passada.

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