Quarta-feira, 12 de março de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2018
A greve dos caminhoneiros chegou ao sexto dia neste sábado (26). As estradas do Rio Grande do Sul registram pelo menos 234 pontos com manifestações ou paralisações. Efeitos já podem ser percebidos em diversos setores. Alguns supermercados da Capital já apresentam falta de produtos e postos de combustíveis de Porto Alegre estão sem gasolina.
O CRBM (Comando Rodoviário da Brigada Militar) divulgou um balanço que indica 86 locais onde há registro de concentração de manifestantes. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), há 148 pontos com manifestações.
O levantamento do CRBM aponta a participação de cerca de 4 mil pessoas nos protestos das estradas estaduais. O balanço informa, ainda, que nenhuma das rodovias está com bloqueios e que os manifestantes estariam convidando os caminhoneiros a aderirem à paralisação. Entre as cidades com manifestação estão Passo Fundo, Cruz Alta, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Charqueadas, Montenegro, Gramado, Osório e São Sebastião do Caí.
Na BR-386 há, pelo menos, quatro pontos com registro de bloqueios, em cidades como Montenegro e Nova Santa Rita. Os protestos também continuam na BR-116, na Serra, em cidades como Vacaria, São Marcos, Pedras Brancas e Caxias do Sul. Ainda há registro de protestos na BR- 285, em Bom Jesus. Não existe registro até o momento de impedimento para a passagem de veículos leves.
Em função do racionamento de combustível, neste sábado, o transporte público seguirá tabela de domingo, com saídas de hora em hora. Na manhã de segunda-feira (28), está garantido o atendimento das 6h às 8h30min.
Gabinete de crise
Em virtude do descumprimento do acordo firmado entre o governo federal e representantes dos caminhoneiros, gerando a manutenção da greve da categoria em todo o País, o governo do Estado decidiu, na sexta-feira (25), constituir um gabinete de crise para monitorar os impactos provocados no Rio Grande do Sul e adotar as medidas necessárias.
O comitê, que terá a coordenação do vice-governador José Paulo Cairoli, é formado pelos secretários Odacir Klein, da Agricultura, Pecuária e Irrigação; Cezar Schirmer, da Segurança Pública; Humberto Canuso, dos Transportes; Francisco Paz, da Saúde; e Alexandre Martins, coordenador da Defesa Civil Estadual. A primeira medida tomada pelo grupo foi a deliberação de ingressar ainda hoje com medida judicial, por intermédio da PGE (Procuradoria Geral do Estado), para a desobstrução das rodovias gaúchas que apresentam bloqueios de caminhoneiros.
“O governo do Rio Grande do Sul quer chamar a atenção, principalmente dos caminhoneiros, de que há necessidade de que olhemos para o atendimento de algumas situações emergenciais. Sabemos da situação difícil, não deixamos de sermos solidários com as dificuldades, mas é importante que se olhe para os reflexos futuros, porque, da forma em que está encaminhada a situação, além de alguns efeitos nocivos para a saúde humana, poderemos ter produtores abandonando as suas atividades, indústrias fechando, muitos fatos altamente prejudicais. Por isso, é necessário que se aproveite esse período de abertura de diálogo para que haja uma cessação dessas atividades ocorridas agora e para que possamos encontrar soluções”, destacou o secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Odacir Klein.
A decisão de criar o gabinete de crise surgiu após reunião convocada pelo governador José Ivo Sartori, no Palácio Piratini, com o grupo de secretários que acompanha os reflexos das manifestações desde o início da semana. Durante o encontro, além de reconhecer as dificuldades enfrentadas pelo setor dos transportes, o governo discutiu os prejuízos que o movimento segue provocando à população, como o desabastecimento de produtos em setores como da produção do leite, de suínos e aves, além de hospitais, postos de saúde, escolas, mercados, presídios, postos de combustíveis, entre outros.