O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve o direito de adiar para o próximo dia 4 de abril a conclusão do julgamento do habeas corpus preventivo pelo STF (Supremo Tribunal Federal), postou uma série de mensagens em seu perfil no Twitter nesse sábado. Depois de passar com a sua caravana pela cidade Florianópolis (SC), pela manhã, ele pediu respeito aos seguidores e usou o verbo “estar”, em vez de “ser”, para se definir como candidato à Presidência pelo Partido do Trabalhadores ( PT ). “Quero que saibam que estou candidato pra fazer mais por esse país, porque se tem uma coisa boa é fazer com que as famílias mais pobres possam comer melhor.”
O ex-presidente também comentou o bloqueio sofrido por sua caravana na cidade gaúcha de Passo Fundo, na sexta-feira, por produtores agrícolas. “Eu vou voltar lá, eu sou tinhoso”, disse, seguido pela hashtag #LulapeloSul. A ex-presidenta Dilma Rousseff, que acompanhava o petista, também foi impedida de acessar o município. Na cidade gaúcha de Bagé, na segunda-feira, a passagem de Lula também foi tumultuada, com protestos, confrontos e prisões. “Em Bagé eu só queria visitar um laboratório de uma universidade que nós criamos. Bloquearam a estrada pra eu não entrar na universidade.”
Em outra mensagem, o petista disse que levou “muito tempo pra aprender a andar de cabeça erguida”, e apelou aos mais pobres. “Esse país vai ser governado outra vez (…) para os que mais precisam. Vamos voltar para tratar a educação como um valor incondicional.” Citou algumas intenções de um eventual governo, como a de fazer a reforma agrária, a regulamentação de terras quilombolas e a de projetar o país como protagonista internacional. Também diz querer recuperar a “Petrobras, a Caixa Econômica Federal, o BNDES, e a indústria naval” – além da autoestima dos brasileiros.
Como de praxe em suas manifestações, Lula disse que “eles”, seus opositores, não suportam que as pessoas mais pobres sentem no banco da universidade, além do fato de o PT ter feito “pela primeira vez” a ascensão social do povo. Atacou a elite, os meios de comunicação e parte do judiciário, a quem acusou de “anestesiar” a população. Por fim, alertou que estão mexendo com um política de “honra e caráter” e a que a única prova que existe contra ele é “a prova da inocência”. “Mexeram com a pessoa errada.”
O ex-presidente, que estava na iminência de ser preso, ganhou um fôlego adicional com a decisão do STF, de adiar para o dia 4 de abril a análise do habeas corpus preventivo, requerido por sua defesa. Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês em regime fechado, após decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de segunda instância. A decretação de prisão, no entanto, só pode ser feita após a análise do recurso pela corte suprema.