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Brasil No WhatsApp, as críticas à Justiça Eleitoral são um dos pontos em comum entre seguidores de Bolsonaro e de Fernando Haddad

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Eleitores de ambos os candidatos questionam atuação do TSE. (Foto: Reprodução)

A atuação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem deixado eleitores de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) descontentes por diferentes motivos. Para os primeiros, a Corte tem sido complacente com a disseminação de mentiras contra o PT por meio do WhatsApp, enquanto que para os segundos a Justiça Eleitoral faz vista-grossa para denúncias – nenhuma delas confirmada  – de fraudes nas urnas eletrônicas.

Nessa quinta-feira, o Tribunal determinou a retirada de 55 links da internet com um vídeo em que Bolsonaro questiona a lisura do sistema de votação adotado há 22 anos no Brasil. O presidenciável bate nesta tecla desde, pelo menos, o dia 16 de setembro, quando usou uma transmissão pelo Facebook para dizer que a fraude nos resultados faz parte de “um plano do PT” para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa deixar a prisão.

Foi justamente a situação de apenado, enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que fundamentou a decisão do TSE de barrar a candidatura do ex-presidente Lula. Em agosto, o Tribunal também ignorara medida provisória do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), que pedia que Lula pudesse concorrer ao Palácio do Planalto. Naquele momento, a opinião de boa parte dos petistas era de que a eleição sem Lula era fraude.

De acordo com os apoiadores de Haddad, a sistemática campanha contra o PT no WhatsApp é o principal problema que o TSE faz pouco caso. No dia 18 de outubro, o jornal “Folha de S.Paulo” revelou que empresas compraram pacotes de disparo (por valores em torno de R$ 12 milhões) de mensagens em massa, via WhatsApp, contra o petista. Documentos confirmaram a oferta do serviço, que é ilegal.

Reação

Diante da pressão por resposta, os ministros do TSE se reuniram na última segunda-feira com o Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, editores de sites de checagem de fatos e representantes das empresas de Redes Sociais (o WhatsApp participou por teleconferência) para conhecer estratégias contra a desinformação.

Os ministros do Tribunal dizem que agem com cautela para respeitar a liberdade de expressão. Nesse ponto, bolsonaristas expressam nas redes sociais sua desaprovação. Flávio Bolsonaro, filho de Jair, chegou a ter seu número banido do WhatsApp por mandar mensagens não solicitadas em massa (spam). A situação no WhatsApp tem estimulado um êxodo para outro aplicativo, onde os eleitores de Bolsonaro esperam ter mais liberdade de compartilhar conteúdo.

A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber, avaliou no domingo passado que a Justiça Eleitoral não falhou no combate à desinformação nestas eleições. Segundo ela, a disseminação de informações falsas é um “fenômeno mundial e o Poder Judiciário não tem uma solução pronta. “Gostaríamos de ter uma solução pronta e, de fato, não temos”, disse.

 

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