Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso ter dito “nós derrotamos o bolsonarismo”, em Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), deputados bolsonaristas foram às redes sociais para repudiar o discurso.
Em manifestação pública, parlamentares como Carlos Jordy (RJ), Júlia Zanatta (SC) e Nikolas Ferreira (MG) criticaram o ministro do Supremo. Em evento em Brasília, o ministro do STF afirmou:
“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, disse.
A parte em que se referiu à corrente política que leva o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) incomodou o núcleo de apoio do ex-presidente.
Deputado pelo Rio de Janeiro, Carlos Jordy questionou a normalidade de uma fala como esta vindo de um magistrado: “Escrachou de vez? Imagine um ministro do STF dizendo numa palestra que eles ‘derrotaram o lulo-petismo”, disse o parlamentar.
Assim como o deputado Nikolas Ferreira, Jordy afirmou que a oposição entrará com processo de impeachment contra Barroso por “atividade político-partidária”.
Já o deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Márcio Gualberto, salientou que o discurso dado pelo ministro é “gravíssimo” e fez uma série de questionamentos: “Ele já reconheceu, recentemente, que o STF está fazendo política. E, agora, afirmou que o Supremo tem lado político? Ele assumiu, com essa fala, que houve interferência no processo que levou à derrota de Bolsonaro? E o que fizeram para derrotar o bolsonarismo?”.
A opinião foi respaldada pelas parlamentares Bia Kicis (DF) e Júlia Zanatta (SC). A parlamentar eleita em Santa Catarina disse que o magistrado confessou que “atuou não de acordo com a lei e a constituição mas sim com fins políticos”, disse a catarinense.
Durante o evento da UNE, Barroso foi hostilizado por um grupo ligado à profissionais da enfermagem que carregavam faixas afirmando que o ministro é “inimigo” do setor. Parlamentares lembraram o episódio em que o magistrado disse a um apoiador do ex-presidente:
“Perdeu, mané. Não amola”, respondeu Barroso a um bolsonarista após o resultado das eleições presidenciais.
Em referência, Nikolas comentou o caso: “Vaiado, mané”, disse. Barroso foi alvo de protestos no congresso da UNE por conta de uma liminar, em setembro de 2022, na qual suspendeu o pagamento do piso salarial da enfermagem, que havia sido aprovado pelo Congresso. O ministro reviu sua decisão e liberou o pagamento do piso em maio deste ano, após o governo Lula autorizar a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 7,3 bilhões.