Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2018
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou na tarde desta terça-feira (16) em Washington (EUA), onde cumpre visita oficial, que o excesso de interferência do Poder Judiciário na política está atrapalhando o País. Sem entrar no mérito da questão se a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) merece ser ministra do Trabalho, Maia disse que um juiz de primeira instância não pode limitar o poder do presidente do País.
“Acho que isso está desorganizando o Brasil. Esse protagonismo excessivo do Judiciário não é bom para o Brasil. Daqui a pouco, a sociedade vai achar que o Judiciário pode tudo e vai cobrar deles melhoria na Educação, na Saúde”, disse ele, que considerou a suspensão da posse da deputada no ministério um episódio grave.
O presidente da Câmara ressaltou que em outros momentos juízes também tentaram limitar a capacidade de Congresso legislar.
“No caso da nomeação da ministra, estão bloqueando uma decisão do presidente da República. Independente do que as pessoas acham, se deveria ou não nomear a Cristiane, é um absurdo que a Justiça interfira nisso”, afirmou o presidente da Câmara.
Questionado se o caso não seria semelhante à decisão do Supremo que impediu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser ministro na fase final do governo de Dilma Rousseff, Maia disse que a situação é diferente. Segundo Maia, o grande questionamento é se o juiz Sérgio Moro poderia ou não divulgar aquelas gravações (onde Dilma oferece o cargo a Lula como uma forma de se proteger de um eventual pedido de prisão por causa da Operação Lava-Jato). Para o presidente da Câmara, contudo, depois que as conversas ficaram conhecidas, “não havia dúvidas” de que a nomeação era um tipo de obstrução de Justiça.
Candidatura
Maia está nos Estados Unidos em viagem oficial desde domingo (14). Antes de Washington, foi a Nova York, onde teve encontros com representantes da ONU (Organização das Nações Unidas).
Potencial candidato à Presidência da República pelo DEM, o deputado negou que estivesse em busca de votos. “Não está na hora [de falar de candidatura]”, afirmou.
Apesar disso, Maia repetiu por algumas vezes que defende uma agenda de “reestruturação do Estado brasileiro”, e que a reforma da Previdência é parte desse processo.
“A [reforma da] Previdência vai dar condições para que a gente tenha uma eleição melhor no nosso campo, o campo daqueles que acreditam que o Estado gasta muito, gasta mal e não atende o cidadão; que o Estado brasileiro é burocrático, cobra muito da sociedade e entrega pouco”, declarou.
Em entrevista ao jornal O Globo, Maia disse que se seu nome está sendo cogitado como uma alternativa “porque há uma avenida aberta”. O DEM vai estimular a pré-campanha de Maia para ver se decola.