Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2022
O Senado norte-americano aprovou uma resolução a favor da garantia do respeito à democracia no Brasil. O documento foi aprovado por unanimidade e contou com a participação de nomes como os democratas Bernie Sanders e Elizabeth Warren.
O texto havia sido apresentado no começo do mês, junto de uma iniciativa similar na Câmara. Embora não traga o nome do presidente Bolsonaro explicitamente, Sanders mencionou uma série de vezes nas últimas semanas, inclusive nesta quarta na tribuna do Parlamento, as ameaças do brasileiro ao sistema eleitoral.
O documento pede que o governo de Joe Biden reconheça imediatamente o resultado das eleições do próximo final de semana, garantindo que elas ocorram de forma “livre, justa, crível, transparente e pacífica”.
A moção vem em um momento bastante delicado para a democracia brasileira, sobretudo tendo em vista os frequentes ataques de Bolsonaro à credibilidade das urnas eletrônicas. A ideia por trás do texto, portanto, é solicitar que Biden chancele o resultado das eleições do começo de outubro, reforçando a confiança no sistema eleitoral brasileiro.
“É importante que o povo do Brasil saiba que estamos do lado deles, do lado da democracia”, acrescentou Bernie Sanders. O parlamentar também já havia pontuado uma suposta falta de apoio dos republicanos em relação à moção, de iniciativa democrata.
Na última semana, ele havia reclamado na tribuna do Senado da falta de adesão de representantes do Partido Republicano à moção. O ex-presidente Donald Trump, ainda hoje figura poderosa na legenda, manifestou apoio público a Bolsonaro nas eleições. A resolução, contudo, foi aprovada sem objeções dos republicanos da Casa.
“Com este voto, o Senado envia uma mensagem poderosa de que está comprometido em dar os braços ao povo brasileiro em apoio à democracia do país, e continua confiante de que as instituições eleitorais do Brasil vão garantir uma eleição livre, justa e transparente”, disse Kaine, em nota.
“Seria inaceitável que os Estados Unidos reconheçam um governo que chegue ao poder de forma não democrática, e mandaria uma mensagem terrível a todo o mundo. É importante que o povo do Brasil saiba que estamos do lado deles, do lado da democracia”, afirmou Bernie.
Esta não é a única iniciativa dos parlamentares americanos contra Bolsonaro. No último dia 9, deputados e senadores entregaram uma carta a Joe Biden em que alertam para o risco de golpe na eleição presidencial de outubro e acusam nominalmente Bolsonaro de ameaçar as instituições democráticas.
Na terça (27), questionada se a Casa Branca reconheceria imediatamente o resultado das urnas, como querem os parlamentares, a porta-voz do governo Biden, Karine Jean-Pierre, afirmou que não se adiantaria às eleições, mas repetiu o recado passado muitas vezes pelo governo americano de que “confia na força das instituições democráticas brasileiras.”