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“Nós estamos diante de um ataque especulativo europeu”, diz o chefe da Casa Civil

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, diz que o governo federal não demorou a reagir às queimadas na Amazônia. (Foto: Reprodução/Twitter)

Em meio à crise causada pelo aumento das queimadas na Amazônia, ministros e auxiliares do presidente Jair Bolsonaro ajudaram a esquentar os ânimos ao reforçar críticas a países europeus e reclamações sobre ameaças à soberania nacional. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal O Globo.

Em entrevista à rádio Gaúcha nesta sexta-feira (23), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o Brasil está diante de um “ataque especulativo europeu”.

O que estamos vendo é um ataque internacional ao Brasil”, bradou Onyx, irritado, ao ser questionado sobre a crise causada pelas queimadas. “Há uma grande articulação de partidos de esquerda que passam pelas ONGs, vão a Europa e que tenta desgastar o governo brasileiro.”

Onyx afirmou que o governo federal não demorou a reagir às queimadas na Amazônia. Onyx disse que foram tomadas medidas assim que governos estaduais enviaram informações. Para o ministro, “quatro ou cinco dias” não é um período grande para tomar uma ação.

Não, de jeito nenhum o governo demorou. Hoje é sexta-feira. Nós, desde que recebemos informações dos governadores da região, nós nos mobilizamos. Tanto é que ontem o presidente já deu um despacho em edição extra do Diário Oficial ontem a noite. E hoje o presidente já teve uma primeira reunião pela manhã com vários ministérios”, disse Onyx, acrescentando depois: “Eu não acho que quatro ou cinco dias seja demorar muito. Primeiro, nós ainda não fugimos da normalidade na Amazônia Legal, estamos dentro dos fenômenos históricos que aconteceram lá. Nós estamos diante de um ataque especulativo europeu. O Macron se fartou de colonialista, como a França praticou no século XIX e no século XX pelo mundo todo.”

Agricultores europeus

Apesar de não ser da área, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi ao Twitter para dizer que a crise amazônica é falsa e causada pelo lobby de agricultores europeus. “Isso, combinado com ONGs de esquerda e ‘artistas’, revoltados com o fim da mamata”, escreveu.

Assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ex-comandante do Exército, General Eduardo Villas-Boas, disse que o presidente francês, Emmanuel Macron, realizava “ataques diretos à soberania brasileira, que incluiu, objetivamente, ameaças de emprego do poder militar”.

Em um tuíte o presidente francês disse que “nossa casa está queimando”, referindo-se a Amazônia, e convocou os países do G7 a discutirem medidas sobre as queimadas.

O secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, foi outro que usou as redes sociais para atacar os europeus. Em um texto, afirmou que a Amazônia pertence ao Brasil e que ninguém preserva mais que o Brasil.

Na sequência acusou os europeus de terem problemas “políticos, sociais, de segurança e ambientais”. “Cada qual deve cuidar do seu quintal. Nós estamos cuidando no nosso”, afirmou.

Na véspera, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente e indicado a ser embaixador nos Estados Unidos, postou um vídeo de terceiros em que o presidente francês era chamado de idiota.

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