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Política “Nós podemos nos surpreender positivamente com a inflação”, diz o ministro da Fazenda

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Haddad disse que vê motivos para otimismo com a Selic até o fim do ano.

Foto: Diogo Zacarias/MF
Haddad disse que vê motivos para otimismo com a Selic até o fim do ano. (Foto: Diogo Zacarias/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotou um discurso otimista em relação à inflação no Brasil para este ano. Nesta segunda-feira (24), o chefe da equipe econômica afirmou que o País pode se “surpreender positivamente” com o resultado inflacionário em 2025.

“Nós podemos nos surpreender positivamente com a inflação deste ano, em virtude de safra, do comportamento do câmbio e até em virtude do que a geopolítica está nos reservando, que eu penso que pode ser o oposto do que está sendo projetado”, disse Haddad, ao participar de um seminário promovido pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo.

De acordo com o Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, deve terminar este ano em 5,65%, ante 5,66% projetados na semana passada.

Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%. O mercado continua esperando, portanto, que a inflação estoure o teto da meta neste ano.

Em relação ao ano que vem, os economistas consultados pelo BC elevaram a projeção de 4,48% para 4,5%. Para 2027, o índice esperado foi mantido em 4%.

Em fevereiro deste ano, o IPCA ficou em 1,31%, uma alta de 1,15 ponto percentual em relação a janeiro e a maior taxa para o mês em 22 anos. No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação no País foi de 5,06%, ainda acima do teto da meta.

“No ano passado, havia uma percepção de que o Fed [Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos] começaria a cortar os juros a partir de março ou junho, para os mais pessimistas. Pois cortou só 0,5 ponto percentual e ainda com ameaças retóricas de ter de aumentar. Isso deu uma desorganizada geral. Todo mundo estava imaginando uma coisa e veio outra. O dólar se fortaleceu muito no ano passado no mundo inteiro e mais ainda no Brasil”, explicou Haddad.

“Agora o dólar começa a se acomodar em um patamar mais ou menos condizente com os nossos pares. Não acredito que essa má surpresa do ano passado vá se repetir para o Brasil”, completou o ministro da Fazenda.

Na semana passada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A decisão foi a segunda consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana mantém inalterada a taxa de juros.

Antes das duas últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos. A elevação da taxa básica de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.

“Penso que nós estaremos em uma situação um pouquinho mais confortável na comparação com o ano passado. Não vai ser fácil nenhum cenário macroeconômico externo, mas pode ser um pouco melhor”, projetou Haddad.

Questionado sobre suas expectativas em relação à taxa básica de juros no Brasil (a Selic), Haddad despistou, mas disse que vê motivos para otimismo até o fim do ano.

“É difícil dizer e até constrangedor fazer esse tipo de projeção. Mas entendo que hoje nós teríamos alguma razão para otimismo ainda este ano. Não sei o que seria possível em termos de margem de manobra”, afirmou o ministro da Fazenda.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, na semana passada, a Selic foi elevada em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa básica de juros no País. A próxima reunião do colegiado está marcada para os dias 6 e 7 de maio. As informações são do portal de notícias Metrópoles.

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