O Mercosul e a União Europeia (UE) divulgaram uma nota conjunta nesta quinta-feira (7) em que afirmam estar engajados na conclusão do acordo comercial costurado há mais de 20 anos. O Brasil preside temporariamente o bloco sul-americano durante o segundo semestre deste ano. O período acabou nesta quinta, com a cúpula de chefes de Estado do grupo e Estados associados, no Rio de Janeiro. O Paraguai assume a presidência rotativa.
Em 2019, as partes chegaram a um consenso, que passou a ser discutido em detalhes para encaminhar a aprovação final. No último fim de semana, durante a conferência do clima COP 28, em Dubai, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que seu país é contra o acordo.
A declaração do chefe francês esfriou as possibilidades de conclusão do acordo ainda este ano. Dias depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorável à parceria com a UE, fez visita oficial à Alemanha, um dos países mais poderosos do bloco europeu. Após encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, Lula afirmou que ainda tinha esperança sobre a conclusão do acordo.
A nota conjunta renova as expectativas.
“A UE e o Mercosul estão engajados em discussões construtivas com vistas a finalizar as questões pendentes no âmbito do Acordo de Associação”, diz o texto.
“Nos últimos meses, registaram-se avanços consideráveis. As negociações prosseguem com a ambição de concluir o processo e alcançar um acordo que seja mutuamente benéfico para ambas as regiões e que atenda às demandas e aspirações das respectivas sociedades”, completou a nota.
A União Europeia tem 27 membros. O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Bolívia está no processo de ingresso no bloco.
Na última semana, o presidente Lula conversou sobre o acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Desde o início do ano, Lula e Ursula vem tratando do tema, em conversas pessoas e virtuais.
Após o encontro, Ursula von der Leyen publicou em uma rede social que a União Europeia “está empenhada em concretizar esse acordo”.