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Notificado um site que publicou notícia sobre comida que pode ser consumida após o vencimento do prazo de validade

A lei atualmente em vigor obriga a presença de empacotadores pelos estabelecimentos que tiverem mais de 12 caixas registradoras. (Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

A partir de uma denúncia de um consumidor, o Procon de Pernambuco abriu uma investigação preliminar e notificou o site de notícias MSN, da Microsoft, por causa de uma publicação sobre “as 20 coisas que se pode comer após o vencimento”. De acordo com o órgão, o texto induz o público a consumir alimentos com prazo de validade expirado e sem indicar fontes de referência.

Segundo o órgão, o texto cita 21 alimentos que a pessoa pode consumir após a validade. Entre eles, estão iogurte, manteiga, pão, chocolate, ketchup e enlatados.

Por meio de nota, divulgada nesta quinta-feira (5), o Procon informou que a empresa deve retirar a matéria de exibição ou publicar uma retificação de texto, “contendo as fontes científicas que atestem as informações divulgadas”.

Ainda de acordo com o Procon, caso a empresa não cumpra a a notificação, estará sujeita a penalidades, como multas.

O Procon disse, ainda, que a matéria “desaconselha, inadvertidamente, o descarte de diversos tipos alimentares, sem divulgar qualquer espécie de fonte, estudo ou qualquer evidência científica da precisão de seus dados”.

O Procon de Pernambuco alerta que a determinação do prazo de validade deve ser realizada para todos os alimentos.

Ficam de fora “aqueles que estão dispensados de declarar essa informação no rótulo, conforme Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – RDC n.259, de 20 de setembro de 2002, e se fundamentam em estudos nacionais e internacionais mantidos ao longo dos anos”.

O órgão ressalta que o Código de Defesa do Consumidor, no artigo 6º, trata da “proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos”.

Alimentação sem carne

No típico prato feito do brasileiro temos arroz, feijão, carne, farofa, às vezes ovo, às vezes batata frita. Mas o que fazer se esse prato estiver ameaçado?

Ele pode estar, e a culpa é da carne.

O produto sofreu um forte reajuste nas últimas semanas e, em menos de três meses, o custo do contra-filé subiu 50% para os supermercados e o do coxão mole, 46%, segundo a a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

O aumento foi repassado aos consumidores, que podem se preparar para uma continuidade da alta desses preços em 2020.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que os preços mais altos vieram para ficar, enquanto o presidente Jair Bolsonaro disse achar que o preço da carne bovina diminuirá no futuro.

Diante do cenário de dificuldade, muitos brasileiros devem estar se perguntando como vão conseguir manter um mínimo de equilíbrio no prato com a alta no preço de uma das principais proteínas animais consumidas no país.

Mesmo quem não esteja pensando em adotar de vez uma dieta vegetariana ou vegana (que exclui totalmente o consumo de produtos de origem animal) pode reduzir o consumo de carne acrescentando outros elementos na composição das refeições.

As proteínas são substâncias importantes para quase todas as funções do nosso organismo.

“Formam nossa massa muscular, fazem parte dos nossos tecidos corporais, da pele, ajudam a manter sua elasticidade. É importante para o crescimento, para a reparação de tecidos. Fazem parte de algumas enzimas que usamos para a digestão, e os hormônios também são formados por proteínas”, enumera a nutricionista Lara Natacci, mestre e doutora pela Faculdade de Medicina da USP e integrante da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição.

Rick Miller, nutricionista clínico e especializado em esportes do King Edward VII’s Hospital, em Londres, observa que, quanto mais velhos formos, mais precisamos de proteínas. “Nós diminuimos o ritmo e perdemos massa muscular. Acabamos ficando mais frágeis. Além disso, nossos músculos não respondem às proteínas da mesma maneira”, diz. Por isso, brinca ele, são as avós, e não os netos, que provavelmente precisam mais daquele shake de proteínas.

Natacci explica como funciona a ingestão de proteínas no corpo. “O que acontece é o seguinte: a gente ingere a proteína e no nosso estômago ela começa a ser quebrada. Então, ela é transformada em porções menores que são os aminoácidos, que se juntam para formar novas proteínas e que então vão para diferentes partes do nosso organismo, dependendo da nossa necessidade.”

Normalmente, diz ela, uma pessoa deve consumir cerca de 0,8g a 1g de proteína para cada quilo de seu peso em sua alimentação diária. Ou seja, uma pessoa que pese 70kg deve consumir cerca de 70 gramas de proteína por dia. Com uma dieta balanceada e variada, “não é difícil atingir isso”, diz ela.

“A carne era vista como status na mesa. É um alimento que antes era muito mais caro. Com o tempo, ficou mais barata. Mas agora com o aumento do preço talvez seja inviável manter. É complicado ter carne todos os dias”, afirma.

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