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Nova alta da Selic? Banco Central divulga sua visão sobre a economia

A autoridade monetária elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, levando para o patamar de 11,25% ao ano. (Foto: Reprodução)

O mercado de trabalho aquecido e a sustentabilidade fiscal do Brasil, além de incertezas sobre os Estados Unidos, motivaram o aumento da taxa básica de juros para 11,25%. A ata da reunião de novembro do Comitê de Política Monetária foi divulgada nesta terça-feira (12) pelo Banco Central (BC).

No Brasil, o mercado de trabalho segue muito aquecido, o que mantém a inflação do setor de serviços alta, pressionando o índice geral. Os membros do Copom também defendem medidas que reforcem o compromisso com as contas do governo, porque isso ajuda a estabilizar a expectativa sobre a inflação futura em torno de um valor previsível.

O professor e ex-presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, José Luiz Pagnussat, diz que o pacote de cortes de gastos do governo pode ajudar nesse ponto.

“O tempo para a gente reverter esse déficit nesse ano e para 2025 está ficando apertado. Então esse esforço coordenado pelo Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento acho que pode ajudar a mudar as expectativas e, claro, reverter essa tendência de crescimento da inflação”.

O professor Pagnussat, explica que a ideia do BC é aumentar a taxa de juros para diminuir a inflação, mas a estratégia não tem funcionado.

“A gente tem pressão da inflação vindo principalmente de preços administrados, de alimentos, e isso não é impactado pela taxa de juros. Então não é uma boa política, não é uma boa estratégia, não é eficiente. Pode ser eficaz, mas matando é o paciente”.

A ata afirma que existe grande incerteza a atividade econômica americana, além de possíveis mudanças na condução da economia, com estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho e tarifas à importação. Medidas já anunciadas pelo presidente eleito Donald Trump.

Na semana passada, a autoridade monetária elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, levando para o patamar de 11,25% ao ano. Os dirigentes do BC reforçaram no comunicado da reunião o impacto da política fiscal na trajetória da monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, afirmam.

Eles também mudaram suas expectativas para a inflação. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 passou de 4,3% para 4,6%, acima do teto da meta — de 4,5%. Já para 2025 e para o segundo trimestre de 2026, as apostas subiram para 3,9% e 3,6%, respectivamente.

O Comitê disse que o ritmo de ajustes futuros na taxa Selic e a magnitude total do ciclo seguem em aberto, levando em conta a inflação e os seus riscos. A inflação de outubro ficou acima do teto da meta de 4,5%. Além disso, os investidores ainda aguardam o pacote de corte de gastos do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que mais um ministério seja incluído no grupo que será afetado pelo pacote de contenção de gastos discutido pelo governo federal.

 

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