Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2018
Na construção da sede da Petrobras na Bahia, 68 milhões de reais foram para o PT e ex-dirigentes da petroleira e da Petros, afirmou o Ministério Público na 56ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada na manhã desta sexta-feira (23). A investigação apura superfaturamento na construção da sede da Petrobras em Salvador (BA), de acordo com a PF (Polícia Federal). A ação foi realizada em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Pelo menos 17 pessoas foram presas.
Essa nova etapa foi autorizada pela juíza substituta Gabriela Hardt e por Sérgio Moro. A autorização ocorreu depois de o MPF (Ministério Público Federal) pedir à Justiça permissão para que os mandados sejam executados. Com a ida de Moro para o Ministério da Justiça, Gabriela Hardt ficará à frente da Operação Lava-Jato até 30 de abril de 2019.
Marice Correa, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, é uma das pessoas presas em São Paulo. A prisão dela é temporária. Mario Cesar Suarez, da OAS, foi preso preventivamente na capital baiana. Já Wagner Pinheiro Oliveira, ex-presidente da Petros e Correios, foi alvo de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
Mandados
Os policiais federais cumpriram 68 mandados de busca e apreensão e 33 de prisão. Conforme a PF, também houve superfaturamento nos contratos de gerenciamento da construção, de elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia. O nome da sede da Petrobras, em Salvador, é Torre Pituba. O prédio foi construído pela OAS e pela Odebrecht – ambas já investigadas anteriormente pela Lava-Jato
Os valores eram direcionados, segundo a PF, para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos da Petrobras, do PT e dirigentes da Petros. O esquema de contratações fraudulentas e pagamentos de vantagens indevidas aconteceu entre 2009 a 2016, de acordo com o MPF.
Como funcionava o esquema
Em resumo, de acordo com a PF, o Fundo Petrobras de Seguridade Social – Petros, mediante parceria com a Petrobras, investiu na execução da obra para alugar o prédio à empresa estatal por 30 anos.
Ainda conforme a PF, porém, com o direcionamento da execução das obras para empreiteiras já conhecidas da Lava-Jato, o valor da execução ficou muito acima do que deveria, assim como o valor de aluguel a ser pago. Diante disso, ainda conforme a Polícia Federal, os investigados direcionavam parte dos valores obtidos para o pagamento das propinas, ocultando e dissimulando a origem deles.
As penas somadas podem chegar ao total de 50 anos de prisão e multa. Essa fase da operação foi batizada de “Sem Fundos” por conta da perda do Fundo de Pensão da Petrobras e pelo fato de os crimes investigados parecerem revelar um “saco sem fundos”.