Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2015
O Palácio do Planalto avalia que a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, nesta terça-feira (24), abre uma nova vertente de investigação na Operação Lava-Jato, com foco no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e desdobramentos políticos sensíveis para o governo Dilma Rousseff.
Bumlai é amigo de Lula e tornou-se alvo da Lava-Jato depois que dois delatores relataram que ele teria repassado recursos para uma nora do ex-presidente e ajudado a quitar dívidas do PT, o que o pecuarista nega ter feito. Além disso, Bumlai é descrito pelo delator Fernando Soares, o Baiano, como uma espécie de lobista na Sete Brasil, empresa que administra o aluguel de sondas para a Petrobras no pré-sal.
O núcleo mais próximo a Dilma avalia que o fechamento do cerco a Lula na Lava-Jato tem o objetivo de desmoralizá-lo e enfraquecer sua capacidade de mobilização social. Os auxiliares da presidenta reconhecem que, em um eventual cenário de abertura de processo de impeachment contra Dilma, o ex-presidente é o “único” capaz de mobilizar a militância petista e os movimentos sociais para defender o mandato da sucessora.
Caso Lula esteja enfraquecido e desgastado pelas suspeitas de corrupção, por exemplo, o governo Dilma poderia ficar inviabilizado. O ex-presidente, por sua vez, nega que tenha atuado como intermediário de empresas ou autorizado lobby em seu nome. (Folhapress)