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Notícias Nova fase de ferramentas de inteligência artificial: agente de IA pode cumprir tarefas que Siri, Alexa e Google Assistente foram incapazes de fazer

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Novos programas têm capacidade de realizar tarefas de maneira autônoma. (Foto: Freepik)

Quase dois anos após o lançamento do ChatGPT, o mundo da inteligência artificial (IA) começa a entrar em um novo estágio. Os chatbots espertinhos saem de foco e dão lugar aos agentes de IA, sistemas que permitem automações sofisticadas e que nos aproximam da ideia de assistentes digitais realmente avançados. É uma visão que Siri, Alexa e Google Assistente foram incapazes de tornar reais, mas que agora retorna com força – principalmente no mundo corporativo.

Agentes de IA são programas com capacidade de realizar tarefas de maneira autônoma, com pouca ou nenhuma supervisão humana. Eles têm capacidade de interpretar dados e tomar decisões, o que abre as portas para automações complexas, que antes não eram possíveis. É como se o ChatGPT conseguisse vasculhar sua caixa de e-mails em busca de promoções, encontrasse as respectivas lojas online e conseguisse realizar compras sempre que identificasse um cupom com 30% de desconto.

A ideia de agentes inteligentes capazes de interagir com humanos e realizar tarefas não é exatamente nova. Desde o final da década de 1950, quando os pesquisadores John McCarthy, Marvin L. Minsky, Nathaniel Rochester e Claude Shannon criaram o termo “inteligência artificial”, o conceito existe – e foi estudado ao longo dos anos 1980 e 1990. No entanto, com o crescimento dos grandes modelos de linguagem (LLMs), as IAs que alimentam chatbots espertos, a visão de máquinas com capacidade complexa de raciocínio ganhou músculos.

“A grande diferença agora é a linguagem natural. Qualquer pessoa que não fala a linguagem do computador pode interagir com as máquinas, o que permite obter resultados mais bacanas de automações”, diz Esther Colombini, professora de robótica e inteligência artificial na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Ou seja, os LLMs abriram não apenas a possibilidade de máquinas realizarem tarefas que envolvem texto, como também permitiram que recebam comandos de forma mais simplificada, como um humano costuma receber em seu próprio trabalho. “Esse retorno está muito atrelado à ideia de assistentes, como uma Alexa mais poderosa”, diz.

Soluções

O Google já indicou que está trabalhando em agentes, enquanto Microsoft, Salesforce e Workforce lançaram recentemente soluções do tipo. A Palantir, gigante de dados e análises do mundo corporativo, também passou a desenvolver agentes para seus clientes.

“Até aqui, os LLMs eram muito usados nas extremidades das organizações. Por exemplo, um indivíduo que usa o ChatGPT para partes de sua tarefa na empresa. Agora, os agentes estão trazendo a promessa de automatizar partes inteiras das organizações. As empresas apostam na diferença entre ter indivíduos nas pontas para uma implementação central que impacta diversas pessoas”, afirma João Moura, fundador da CrewAI, startup especializada no desenvolvimento e implementação de agentes.

A possibilidade de automatizar partes inteiras de empresas rendeu à CrewAI um aporte de US$ 12,5 milhões no fim de outubro. A rodada teve participação de Andrew Ng, um dos principais nomes da IA no mundo, e do Alt Capital, fundo de investimentos da família de Sam Altman, fundador e CEO da OpenAI – o empreendimento é liderado pelo irmão do executivo, Jack Altman.

O desafio agora é transformar esses modelos e agentes em ferramentas úteis.

Cuidados

“Existe um hype sobre o assunto, mas a empolgação da indústria reflete o que já acontece na pesquisa acadêmica, que vai dos modelos para os agentes. Existem alguns cuidados que precisam ser tomados. Por exemplo: como fazer a orquestração dos agentes ou como garantir que os humanos compreendam o que a máquina fez”, diz Esther, da Unicamp.

Recentemente, a startup Anthropic mostrou um vídeo de um agente que toma o controle do computador do usuário, utilizando mouse e teclado, além de “enxergar” o monitor, para realizar tarefas. O vídeo fez barulho não apenas por mostrar o potencial da tecnologia para qualquer trabalhador que utiliza um computador, mas também por levantar questões éticas de comportamento no trabalho.

Outra possibilidade é que os smartphones possam se tornar agentes potentes. Embora os primeiros testes indiquem que há um longo caminho pela frente, a Apple imagina que as várias IAs da plataforma Apple Intelligence possam tornar isso verdade no iPhone. É aguardar as próximas atualizações. Se isso acontecer, finalmente os assistentes poderão ganhar peso na vida das pessoas.

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