Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2022
Segundo ela, o objetivo é fortalecer controles de assédio na Caixa e evitar novos casos
Foto: Marcello Casall Jr/Agência BrasilDaniella Marques, nova presidente da Caixa Econômica Federal, anunciou que vai criar, nos próximos 30 dias, um canal de diálogo exclusivo para mulheres da empresa, com funcionamento 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Segundo ela, o objetivo é fortalecer controles de assédio na Caixa e evitar novos casos.
O projeto chega em meio a denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães, que acabou pedindo demissão da presidência da Caixa na última quarta-feira. As investidas teriam ocorrido contra funcionárias do banco. O MPF (Ministério Público Federal) investiga os casos apresentados, e o economista nega as acusações.
“Uma a cada quatro mulheres são vítimas. As mulheres ativas economicamente são vítimas de assédio sexual no trabalho. Minha proposta é para que além de apurar, daqui para frente, a Caixa seja o grande agente de proteção e promoção das mulheres na sociedade”, defendeu Daniella.
A nova presidente também pediu apoio dos funcionários do banco e reforçou a necessidade de tratar as denúncias como um caso isolado: “Acima de tudo, a gente precisa preservar a imagem do banco e preservar essa situação. O primeiro passo foi o afastamento de outras pessoas, sem presunção de inocência ou culpa. O segundo passo vai ser criar uma estrutura aqui dentro, independente e permanente”.
Marques reforçou a necessidade de extinguir esse tipo de situação, que vem sendo normalizada: “Ao longo da carreira assisti coisas que foram normalizadas, chamo de comportamento inadequado de homens no ambiente de trabalho, principalmente no setor financeiro, e isso não é aceitável mais”.
“Carreira é um exercício de propósito e todo mundo que está trabalhando é porque faz bem e isso não tem nada a ver com sexo, gênero, cor, raça ou idade, tem a ver com vocação e vontade. Preciso entender as dores e me aprofundar não só das mulheres envolvidas, mas das que se sentiram invadidas”, finalizou a presidente.