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Nova regra impede voo turístico perto do Cristo Redentor no Rio de Janeiro

Empresas que oferecem voos panorâmicos terão de manter seus helicópteros longe do Cristo Redentor por pelo menos um ano. (Foto: Agência Brasil)

Nove empresas que oferecem voos panorâmicos no Rio de Janeiro terão de manter seus helicópteros longe do Cristo Redentor por pelo menos um ano. Na segunda-feira, as operadoras que realizam voos turístico na capital fluminense assinaram, com o Ministério Público Federal, um termo de ajustamento de conduta (TAC), assumindo o compromisso de seguir novas regras de voo. O objetivo da proposta é amenizar o ruído das aeronaves, que vinha sendo alvo de queixas por parte de moradores da cidade.

“O TAC tem como objetivo principal atenuar o ruído causado pelas aeronaves que realizam voos turísticos na cidade. Em virtude do acordo, as empresas se comprometeram a adotar uma série de normas para minimizar o impacto sonoro nas áreas afetadas”, informa o MPF.

Entre as medidas estabelecidas estão a manutenção de altura mínima de voo, distâncias específicas a serem respeitadas da orla e de monumentos, como o Cristo Redentor, além da obediência às rotas de voo predeterminadas.

O acordo ocorreu no âmbito de um inquérito civil instaurado em abril de 2023. Depois disso, a sociedade civil, o poder público e as empresas participaram de audiência pública e outras reuniões para viabilizar o acerto. Representantes do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira (FAB), e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também estiveram nos encontros.

Ficou decidido que o acordo terá vigência de um ano. Neste período será avaliada a eficácia das novas regras em relação à redução do ruído.

Bairros do Joá, Jardim Botânico, Lagoa, Humaitá e Urca são os mais afetados por concentrarem a maioria dos sobrevoos e serão monitorados. “Ao término do prazo, será realizada uma análise detalhada para verificar a efetividade das ações adotadas”, informou o MPF.

Entre alguns exemplos práticos, o TAC determina que as empresas mantenham a aeronave afastada do Cristo Redentor entre 600 m e 800 m, a partir da altitude de 2 mil pés (cerca de 610 m); e as proíbe de fazer voos pairados sobre o Cristo e o Morro do Pão do Açúcar. As empresas também se comprometeram no acordo a criar, em 60 dias, uma associação para regulamentar e fiscalizar as próprias atividades. No caso do descumprimento das normas, a empresa poderá ser multada em R$ 10 mil.

“Neste período de um ano, o MPF e os moradores dos bairros afetados poderão avaliar se houve uma redução da poluição sonora causada pelos helicópteros. Caso a melhora seja insuficiente, outras medidas poderão ser adotadas após esse prazo”, diz Sergio Gardenghi Suiama, procurador da República. Outras empresas que não assinaram o TAC serão intimadas para que declarem se vão aderir ao acordo e estarão sujeitas a ações civis públicas, informou o MPF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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