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Nova taxa básica de juros será conhecida nesta quarta-feira. Aumento da Selic é mal necessário, diz economista

Banco Central tem reiterado que a melhor contribuição da instituição para um novo ciclo de crescimento econômico é trazer a inflação para a meta de 4,5% no final de 2016. (Foto: Bia Fanelli/Folhapress)

Crédito mais caro e menos acessível, economia em queda, maior risco de desemprego e endividamento das famílias. Esse é o cenário traçado em momento de aumento da Selic, a taxa básica de juros. Mas, a elevação dos juros é considerada um “mal necessário” pelo diretor da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, para conter a alta dos preços, que influencia a renda dos trabalhadores.

“Em uma economia que já está em retração, subir juros agrava mais esse quadro. Mas é aquela história do mal necessário. Melhor subir juros para poder reduzir a inflação do que não fazer nada e ver o risco subir”, disse o diretor da Anefac.

A diretoria do BC (Banco Central) tem reiterado que a melhor contribuição da instituição para um novo ciclo de crescimento econômico é trazer a inflação para a meta de 4,5% no final de 2016 e ancorar as expectativas. No início deste mês, o diretor de Política Econômica da autoridade monetária, Luiz Awazu Pereira da Silva, defendeu os ajustes na economia, com cortes em gastos públicos e aumento da Selic, para que haja um realinhamento de preços no País.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos na Selic e serve de referência para os demais encargos de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Reunião do Copom

Na terça-feira e na quarta-feira será feita a quinta reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, responsável por definir a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, após passar por seis altas seguidas de 0,5 ponto percentual.

De acordo com Oliveira, o Copom pode reduzir o ritmo de aumento dos juros para 0,25 ponto percentual na reunião desta semana, porém, “não será surpresa” se o comitê optar por manter o aumento de 0,5 ponto percentual. Na análise de instituições financeiras consultadas semanalmente pela autoridade monetária, o comitê deve elevar a taxa básica para o mesmo valor.

Oliveira lembrou que o Copom deve avaliar o cenário econômico com dólar mais alto, o que impacta negativamente a inflação. Isso porque os insumos importados ficam mais caros e pressionam ainda mais esse aumento. (Abr)

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