Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2021
Em meio ao ressurgimento da pandemia de coronavírus na Nova Zelândia e das garantias das autoridades locais de que a situação já está sob controle, o pais informou neste sábado (4) a sua primeira morte relacionada à doença em seis meses. A vítima é uma idosa de 90 anos, moradora da cidade de Auckland e com comorbidades, ela não pode ser entubada.
Até então, 26 neozelandeses já haviam falecido por causa da covid, contingente que pode ser considerado ínfimo se comparado com outros locais do planeta – para se ter uma ideia, esse número equivale à média móvel registrada no Rio Grande do Sul na última quinta-feira (2).
Com uma estratégia de tolerância zero ao vírus, a Nova Zelândia luta desde meados de agosto contra o avanço da pandemia, quando foi detectado o primeiro caso de contágio local em seis meses.
As autoridades decretaram um duro confinamento a seus 5 milhões de habitantes. Desde então, 782 casos foram registrados, especialmente em Auckland, sua cidade mais populosa.
Nas últimas 24 horas, foram detectados 20 novos casos positivos, bem abaixo do pico de 84 infecções no fim de semana passado (28 e 29 de agosto).
Aposta em medidas drásticas
No dia 17 de agosto, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, decretou um confinamento de três dias em todo o País, após o registro de um único caso local de coronavírus, algo que não ocorria há seis meses. Em alguns locais a medida durou uma semana.
Desde o início da pandemia, o governo da Nova Zelândia é elogiado por sua gestão eficaz da crise sanitária. A medida foi anunciada depois que um homem de 58 anos testou positivo ao vírus em Auckland, sem ter viajado ao exterior ou ter tido contato com alguém que tenha estado fora do país recentemente.
Segundo a premiê, o país não deve se arriscar diante da variante delta do coronavírus, muito mais transmissível, “o que muda tudo”. Para ela, é preciso considerar que a linhagem está oficialmente presente no arquipélago.
“Vimos o que pode acontecer em outros lugares caso não consigamos controlar a situação”, complementou. “Só temos uma oportunidade.”
A chefe de governo falou sobre as dificuldades encontradas pela Austrália – que desde meados de junho vem encontrando resistência na luta contra a Covid-19, por conta da variante delta –, para justificar sua decisão “rápida e brutal”.
“É preciso ser prudente e começar por medidas fortes e depois as flexibilizar do que começar lentamente e continuar nesta fase [de lockdown] durante muito, muito mais tempo”, explicou.
O país não decretava um lockdown nacional há mais de um ano e a vida retomou o ritmo quase normal. No entanto, a campanha de vacinação avança lentamente: apenas 20% da população está totalmente imunizada até o momento.