Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2024
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A campanha Novembro Azul foi criada para alertar e conscientizar a importância do diagnóstico precoce do tumor para o tratamento bem-sucedido, transformando-se no maior movimento em prol da saúde masculina.
No entanto, o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas nas fases iniciais, o que dificulta a detecção precoce, conforme explica Charles Kelson Aquino, urologista da Hapvida NotreDame Intermédica. “Esses tendem a surgir com mais frequência nas fases avançadas da doença”, conclui.
Com isso, grande parte dos pacientes pode não apresentar nenhuma queixa e, quando apresentam, podem ser confundidas com outras doenças benignas, como infecção urinária e aumento benigno da próstata.
Já nas fases mais avançadas, os sinais e sintomas mais comuns do câncer de próstata são:
– Diminuição da força do jato urinário, com jato mais fraco ou entrecortado;
– Dificuldade para iniciar ou concluir a micção;
– Necessidade de urinar duas ou mais vezes à noite;
– Dor ao urinar;
– Presença de sangue na urina.
“É possível que, em fases mais avançadas da doença, o paciente possa apresentar dores ósseas, emagrecimento, cansaço excessivo, falta de apetite, além de sintomas urinários”, afirma Pamela Muniz, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.
“É fundamental ressaltar que nem sempre esses sintomas indicam câncer, pois podem ser provocados por diversas outras condições”, complementa Aquino.
Consultar o urologista
Pelo fato de o câncer de próstata não manifestar sintomas em fase inicial, o diagnóstico precoce só é possível com o acompanhamento médico regular com o urologista. É ele quem vai definir o melhor momento e os melhores exames a serem realizados para cada paciente, de forma individualizada, de acordo com Muniz.
“De maneira geral, a partir dos 50 anos, todo homem deve procurar seu urologista (se tiver história familiar de câncer de próstata, ainda antes dos 45 anos) para conversar sobre sua investigação e definir o melhor intervalo de acompanhamento”, afirma a oncologista.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que todos os homens a partir dos 50 anos procurem o urologista para discutir e avaliar a necessidade de realizar ou não exames preventivos e de rastreamento para o câncer de próstata.
“Aqueles com histórico familiar da doença ou que sejam negros devem realizar essa consulta um pouco mais cedo, aos 45 anos, já que estudos mostram que esses grupos apresentam um risco maior de desenvolver a doença”, completa Aquino. “O principal objetivo dessa avaliação é o diagnóstico precoce, ou seja, identificar o câncer em suas fases iniciais, quando as chances de cura são significativamente maiores”, ressalta.
Exames para detectar
De acordo com o Inca, o câncer de próstata pode ser diagnosticado através da biópsia prostática por via transretal ou transperineal, guiada por ultrassonografia e/ou ressonância magnética.
Antes disso, podem ser feitos exames de rastreamento, como exame de PSA (antígeno prostático específico), e avaliação clínica.
“Alterações no exame clínico de toque retal e nos exames laboratoriais para a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) no sangue podem ser indicadores de que é necessário prosseguir com a investigação para confirmar ou descartar a presença do câncer de próstata”, explica Muniz.
“Nesses casos, pode ser indicada a ressonância magnética da próstata para avaliação da existência de lesões suspeitas, como nódulos prostáticos”, acrescenta. “A ultrassonografia também pode ser solicitada e, por sua vez, poderá ainda ajudar a guiar o procedimento de biópsia prostática, de onde virá a confirmação do diagnóstico. A partir da biópsia, o laudo com o relatório anatomopatológico trará as informações necessárias para ajudar na escolha do melhor tratamento para cada paciente.”
Atualmente, existem diferentes opções de tratamento para o câncer de próstata. A escolha da melhor abordagem depende de múltiplos fatores, como idade do paciente, estado geral de saúde, doenças associadas e estágio da doença (inicial, intermediário ou avançado). As informações são do portal de notícias CNN.