Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2023
Grupo foi criado no primeiro governo Lula, há duas décadas, e abolido na administração de Jair Bolsonaro
Foto: ReproduçãoA estreia da nova versão do CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável), conhecido como “Conselhão”, se dará na semana em que o governo marcará os 100 dias de mandato. De acordo com fontes, empresários e personalidades das mais diferentes áreas deverão se reunir no Palácio do Planalto pela primeira vez nesta gestão em 13 de abril.
O grupo foi criado no primeiro governo Lula, há duas décadas, e abolido na administração de Jair Bolsonaro. Como a própria mudança no nome formal indica – antes era apenas Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social -, o grupo volta agora com uma “pegada” mais ambiental, em linha com a inclusão do tema com as diversas áreas do governo e com a intenção de projeção internacional do Brasil no tema. Além de executivos e CEOs, o grupo será formado por sindicalistas, acadêmicos e expoentes de vários setores.
Apesar de contar com participações de grife e com a possibilidade de ver ideias divergentes chegarem ao governo, a verdade é que, na prática, o Conselhão sempre teve pouca efetividade. No mundo empresarial, o deslocamento principalmente de Rio e São Paulo até Brasília valia mais pelo “selo” de fazer parte de um grupo seleto e, principalmente, pelo networking que o encontro proporcionava.
A volta do Conselhão é vista pelo governo como uma forma de se aproximar especialmente de setores que ainda mantêm um pé atrás com a atual administração. É o caso do agronegócio, que em sua maioria apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro e está insatisfeito com a falta de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as recentes invasões de membros do MST (Movimento Sem Terra). Também do mercado financeiro, que assiste aos ataques do chefe do Executivo à condução da política monetária pelo Banco Central e está reticente sobre o arcabouço fiscal e a aprovação da reforma tributária.
Além de Lula, que presidirá o colegiado, há a expectativa que o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria, Comércio e Serviços, tenha papel relevante no grupo, como já foi o de José Alencar, então vice de Lula no primeiro mandato. O decreto com as regras para o CDESS foi publicado na última sexta-feira (24).
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já adiantou que a primeira reunião contará com um balanço sobre a perspectiva econômica elaborado pelo titular da Fazenda, Fernando Haddad. Também estão sendo costuradas as falas de Alckmin e da ministra Marina Silva em virtude do novo perfil que o grupo ganhou. “Na prática, vai erodir o ato do cercadinho do governo anterior, de conversar só com sua bolha”, afirmou Padilha.