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Novo delator confessa repasse de 765 mil reais para almirante da Eletronuclear

Presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva está preso desde o fim do mês passado, sob suspeita de receber propinas nas obras de Angra3. (Foto: Antonio Cruz/Abr)

Um novo delator da Operação Lava-Jato confessou que sua empresa Link Projetos e Participações foi usada como intermediária para repasse de 765 mil reais, de 2010 a 2014, entre a empreiteira Engevix e a Aratec Engenharia Consultoria e Representações, controlada pelo presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso desde o fim de julho, suspeito de receber propinas nas obras de Angra3.
O empresário Victor Colavitti, o novo delator, entregou à força-tarefa da Operação Lava-Jato um contrato original da Engevix com a Link Projetos, datado de 30 de maio de 2010, no valor de 500 mil reais, em 16 parcelas. Segundo ele, foi o primeiro contrato firmado com a Engevix com a intenção de efetuar repasses à Aratec.
“As declarações do colaborador Victor Sergio Colavitti somadas ao conjunto de provas já constante dos autos, evidenciam plenamente que foram firmados contratos fictícios pela Link Projetos, tanto com a Engevix, tanto com a Aratec, para que fosse proporcionada a passagem de valores da corrupção para Othon Luiz”, sustentaram os procuradores do MPF (Ministério Público Federal).

A força-tarefa suspeita que Pinheiro teria recebido 30 milhões de dólares em propinas de empreiteiras. Desse volume, 4,5 milhões de reais já foram rastreados na conta da Aratec Engenharia Consultoria. Segundo o Ministério Público Federal, a Engevix recebeu da Eletronuclear, com quem tem contratos firmados, pelo menos 136,89 milhões de reais de 2011 a 2013. A empreiteira também é investigada no esquema do Petrolão. (AE)

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