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Política Novo diretor da Polícia Rodoviária Federal diz que seu antecessor pode perder a aposentadoria

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Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é réu na Justiça porque teria utilizado cargo para pedir votos para o ex-presidente. (Foto: PRF/Divulgação)

O novo diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Oliveira, afirmou em entrevista à GloboNews nessa quarta-feira (8) que o antecessor dele no cargo, o agente aposentado Silvinei Vasques, pode perder a aposentadoria após a conclusão do processo disciplinar do qual é alvo.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Silvinei Vasques foi exonerado do cargo de diretor-geral da PRF no dia 20 de dezembro do ano passado.

Três dias depois, em 23 de dezembro, foi publicada no “Diário Oficial da União” a aposentadoria voluntária a Silvinei Vasques, com vencimentos integrais, ou seja, com o mesmo valor do salário que recebia quando estava na ativa.

“Os processos disciplinares não deixam de ter o andamento devido com a aposentadoria. Eles prosseguem e, em havendo responsabilização do servidor, isso em pena máxima – que seria a exclusão da corporação – ele é revertido em cassação da aposentadoria. O processo não para com a aposentadoria”, disse Antônio Fernando Oliveira em entrevista exclusiva.

“Internamente, existe um processo disciplinar, que está em fase final, pelas informações cartoriais que recebemos”, acrescentou o novo diretor-geral da PRF.

Silvinei Vasques também é réu por improbidade administrativa. Segundo o Ministério Público Federal, ele teria utilizado o cargo, indevidamente, ao pedir votos para a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ex-diretor também é investigado por suposta omissão ao não orientar medidas mais enérgicas para a desobstrução pela PRF de rodovias bloqueadas por manifestantes radicais após as eleições de 2022.

A realização de blitzes pela corporação, durante o segundo turno das eleições, com ênfase desproporcional na região Nordeste, também é investigada.

Discurso na posse

Na tarde da última terça (7), Oliveira tomou posse no cargo em cerimônia no Ministério da Justiça. Em discurso, ele reafirmou que a corporação não tem partido e não aceitará atos golpistas.

“A PRF, como órgão de Estado, não tem partido e não irá compactuar com qualquer investida contra a democracia”, afirmou.

Durante o discurso, Oliveira fez ainda referência aos ataques às sedes dos Três Poderes, que completaram um mês, que classificou como “um dos episódios mais deploráveis” do Brasil.

“Resta evidente que a defesa dos ideais republicanos não pode ser meramente retórica. Deve ser praticada diariamente em cada ação, gesto, palavra. Os valores genuínos da PRF, como educação, civilidade, respeito ao próximo, são imprescindíveis para a nação”, declarou.

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