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Notícias Novo estudo ajuda a derrubar o mito de que a fadiga crônica é psicológica

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Síndrome da Fadiga Crônica é uma doença debilitante, que por muito é tratada como se fosse de fundo emocional. (Foto: Reprodução)

Um experimento para identificar pessoas em risco de Síndrome da Fadiga Crônica (SFC), também conhecida como encefalomielite miálgica, e minimizar o seu impacto mostrou grande avanço no entendimento da doença, afirmam pesquisadores do King’s College London. Segundo eles, essa síndrome não seria de fundo psicológico, mas sim uma doença neuroimune.

Os cientistas mostraram, pela primeira vez, que os pacientes que desenvolvem sintomas dessa síndrome têm um sistema imunológico hiperativo e reagem de forma exagerada às infecções.

As raízes da doença são mal compreendidas. Muitos pacientes têm como origem da enfermidade uma infecção viral, mas, a partir do momento em que a síndrome se estabelece, os exames de sangue voltam ao normal. Isso leva os pacientes a um frustrante processo de eliminação do diagnóstico, porque muitos deles lutam para serem acreditados ou entendidos por profissionais de saúde incapazes de encontrar uma causa.

Somente no Reino Unido, cerca de 250 mil pessoas vivem com SFC. No Brasil, não há dados oficiais sobre a incidência dessa síndrome.

A escritora britânica Jessica Taylor-Bearman conta que tinha 15 anos, em 2016, quando se sentiu mal após uma infecção. Pouco depois, descobriu que na verdade estava com a doença.

“Eu estava tão doente que precisei ser alimentada através de tubos e não conseguia falar ou me mexer. É como estar presa na síndrome”, disse. “Mas eles (os médicos) basicamente desistiram de tentar me tratar e decidiram chamar o que eu tinha de ‘doença mental’. É por isso que é tão importante começarmos a fazer pesquisas que mostrem que não é algo apenas, como eles tentaram dizer, ‘tudo da sua cabeça’. É uma doença neuroimune.”

Para entender as diferenças biológicas entre as pessoas que desenvolvem a SFC, a equipe de pesquisadores britânicos usou um tratamento de hepatite C – o interferon-alfa –, que causa fadiga duradoura em uma minoria significativa de receptores.

O estudo, publicado na revista “Psychoneuroendocrinology”, mediu os níveis de fadiga, históricos de saúde e marcadores do sistema imunológico dos participantes antes, durante e após o tratamento.

Predisposição genética

Dos 55 participantes do estudo, 18 desenvolveram sintomas duradouros de fadiga e todos tiveram aumento da atividade do sistema imunológico antes do tratamento.

No entanto, no momento em que a fadiga atingia níveis crônicos, não havia mais nenhuma diferença detectável entre o sistema imunológico dos grupos.

“A origem da doença pode estar em uma predisposição genética. Ou porque os indivíduos foram expostos a infecções no início da vida”, disse Carmine Pariante, pesquisadora do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College. “Assim, o sistema imunológico torna-se mais hiperativo e, quando o gatilho vem (nesse caso, o interferon-alfa, mas pode ser uma infecção aguda), isso causa uma resposta ainda maior que os coloca em uma trajetória rumo à Síndrome da Fadiga Crônica. Embora os testes de rastreio estejam muito distantes, nossos resultados são o primeiro passo para identificar aqueles indivíduos que estão sob risco de pegar a doença.”

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https://www.osul.com.br/novo-estudo-ajuda-a-derrubar-o-mito-de-que-a-fadiga-cronica-e-psicologica/ Novo estudo ajuda a derrubar o mito de que a fadiga crônica é psicológica 2018-12-18
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