Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2025
“Vitória”, filme de Andrucha Waddington com Fernanda Montenegro como protagonista, ganhou data de estreia. O longa chegará aos cinemas no dia 13 de março de 2025, conforme informou a Sony Pictures. O enredo da obra audiovisual conta a história de uma mulher de 80 anos que gravou a rotina do tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, Zona Sul do Rio, e denunciou o caso à polícia. Tudo baseado em reportagens originalmente publicadas pelo jornalista Fabio Gusmão em 2005. Na ficção, ele é interpretado pelo ator Alan Rocha.
O longa é também o último filme de Breno Silveira. O diretor morreu no início das filmagens, em maio de 2022, após um ataque cardíaco. Amigo pessoal e parceiro do cineasta na Conspiração Filmes, Andrucha Waddington acabou assumindo a missão de finalizar o projeto, que é o primeiro longa Original Globoplay com lançamento nos cinemas, sob distribuição da Sony Pictures.
Paula Fiuza, esposa de Breno, é roteirista do filme.
“O filme precisa ser terminado com um olhar de homenagem, de carinho por tudo que ele fez. De certa maneira, Breno deu a vida por ele”, disse Paula Fiuza em entrevista, em julho de 2022.
Em março de 2023, o Ministério Público da Bahia instaurou um procedimento para investigar a morte de Joana Zeferino da Paz, após ela sofrer um acidente vascular encefálico (AVE), aos 97 anos, que a deixou dez dias internada. A idosa, que ficou conhecida como Dona Vitória por questões de segurança, teve sua história revelada em 2005, com repercussão até fora do Brasil. Ela filmava a rotina do tráfico no Rio de Janeiro da janela de sua casa.
Apesar do pedido da promotoria, no entanto, a apuração não evoluiu e o registro foi arquivado. O atestado de óbito dela indica morte por “traumatismo cranioencefálico, instrumento contundente, queda”. E esse é apenas um dos atuais desdobramentos presentes na nova edição do livro que conta a história dela, escrito pelo editor-executivo Fábio Gusmão.
“Para mim, toda a história tem um significado muito maior do que uma matéria jornalística. Se trata de encontro mesmo. Revisitar também traz a possibilidade de aprofundar determinadas situações. Foi ótimo, mas também com muitos momentos difíceis”, diz Gusmão, relembrando também a ocasião em que a história foi publicada: “Quando acabou, eu não sabia se ia encontrar com ela de novo. Eu dou o ponto final e começo a chorar. Para mim, na verdade, era um ponto de interrogação. Fico até emocionado de lembrar.”