Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2022
Seria necessário reestruturar a Dataprev para zerar a fila de pedidos do INSS, que hoje chega a cerca de 2 milhões de pessoas
Foto: DivulgaçãoA equipe de transição do governo Lula vai propor o cancelamento do processo de privatização da Dataprev, empresa de tecnologia que administra os pagamentos de aposentadoria e pensões. O governo Jair Bolsonaro havia incluído a estatal entre aquelas empresas públicas que deveriam ser privatizadas.
A informação foi dada por José Pimentel, ex-senador do Ceará pelo PT. Segundo Pimentel, que foi ministro da Previdência Social durante o governo Lula e deputado federal por quatro mandatos consecutivos, essa é a prioridade do governo, com o fortalecimento da área de tecnologia do órgão.
“A nossa prioridade vai ser melhorar o atendimento. Retirar a Dataprev da privatização e qualificar a tecnologia da informação da Dataprev. Isso resolve e melhora muito”, disse Pimentel, ao chegar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde se encontra com membros do grupo técnico responsável pela área da previdência social.
Reestruturação
Segundo o ex-ministro, é necessário reestruturar a Dataprev para zerar a fila de pedidos do INSS, que hoje chega a cerca de 2 milhões de pessoas. “Em 2009 tinha 60% dos benefícios da previdência eram concedidos em até 30 minutos, através do reconhecimento automático do direito previdenciário. Isso foi desativado. É o problema”.
“Não é recriar nada de novo, é reativar as coisas novas que foram desativadas. Hoje nós temos 2 milhões de pessoas na fila da previdência social. Temos 7 mil militares contratados para resolver isso, mas não resolveu. Esse é o diagnóstico das filas e do mau atendimento.”
A gestão Jair Bolsonaro, segundo Pimentel, fez um “desmonte” do antigo Ministério da Previdência social. O Ministério em si foi aglutinado à pasta do trabalho, enquanto o INSS seguiu como autarquia e a Dataprev repassada ao Ministério da Economia, para ser privatizada. “Ficou toda fragmentada. A primeira grande preocupação é saber quem são os que estão na fila e que tem direito à previdência, que funciona como um seguro, as pessoas pagam e tem direito a receber.”