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Novo governo da Argentina cancela benefícios sociais de mais de 27 mil pessoas

Relações entre países têm-se deteriorado desde que o líder ultraliberal argentino chegou ao poder; Bogotá convocou embaixador de volta "para consultas". (Foto: Reprodução)

O governo de Javier Milei anunciou que cancelou benefícios sociais de mais de 27 mil pessoas por irregularidades em programas relacionados à empregabilidade. De acordo com o Ministério do Capital Humano, com a medida serão economizados mais de 2 bilhões de pesos.

Conforme anunciou o Ministério do Capital Humano, foram detectados 27.208 planos do “Potenciar Trabajo” e 12 planos do “Potenciar Empleo” com “incompatibilidades”. Houve verificação de todos os titulares dos programas, analisando se cumpriam os requisitos necessários para receberem os benefícios. Ainda de acordo com a pasta, serão economizados mais de 2 bilhões de pesos.

Algumas das incompatibilidades detectadas foram relacionadas a trabalhadores autônomos, residentes no exterior e falecidos.

Mais de 31 mil pessoas perderam benefícios desde o início do novo governo, segundo informou o jornal Lá Nación. Outros 150 mil beneficiários que viajaram ao exterior serão analisados, de acordo com o periódico.

Segundo o governo, o “Potenciar Trabajo” tem como objetivo “contribuir para a melhoria do emprego e a geração de novas propostas produtivas através do desenvolvimento de projetos socioprodutivos, sociocomunitários, sociolaborais e de conclusão educacional”.

Bom começo

O recente governo de Javier Milei na Argentina teve um “bom começo” no que diz respeito às questões macroeconômicas. É o que avalia a equipe de estratégia do Bank of America (BofA) em relatório.

No documento assinado por Sebastian Rondeau, o BofA cita como positivas algumas medidas tomadas pelo ultradireitista, entre elas um ajuste fiscal maior do que o esperado pela instituição, forte desvalorização cambial, rápida acumulação de reservas e o recente acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além disso, a equipe destaca os anúncios “decisivos” para corrigir o déficit fiscal e as contas externas que estabilizaram a situação financeira. Segundo o banco, isso explica uma recuperação dos títulos maior do que esperado inicialmente.

“O governo anunciou uma meta orçamental equilibrada envolvendo um ajuste de 5% do PIB para 2024, sendo 3% do PIB por meio de cortes de despesas e 2% por medidas de receitas. O governo mostra determinação, e nós acreditamos que ao menos 70% dos ajustes podem ser feitos sem o Congresso”, diz o relatório.

No entanto, os especialistas ponderam que o ajuste fiscal no país enfrenta alguns desafios, como o efeito dos cortes nos subsídios à energia.

Além disso, o banco avalia que a recessão possivelmente será maior no primeiro trimestre (atrelada à queda significativa dos indicadores de consumo), o que irá afetar a receita do governo.

Por outro lado, o BofA acredita que o segundo trimestre deve sustentar a arrecadação.

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