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Rio Grande do Sul Novo julgamento do médico Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, começa em Três Passos

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Em 2019, Leandro foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão, mas o julgamento foi anulado

Foto: Divulgação/TJ-RS
Em 2019, Leandro foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão, mas o julgamento foi anulado. (Foto: Divulgação/TJ-RS)

O novo julgamento do médico Leandro Boldrini, acusado de envolvimento na morte do próprio filho, Bernardo Boldrini, começou na manhã desta segunda-feira (20) em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul.

A sessão iniciou com a escolha dos jurados. A juíza Sucilene Engler Audino preside o Tribunal do Júri. Ao todo, serão ouvidas dez testemunhas de defesa e de acusação. A previsão é de que o julgamento dure três dias.

Bernardo tinha 11 anos quando desapareceu em Três Passos, no dia 4 de abril de 2014. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen.

No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela Edelvania Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado.

Acusação

Para o Ministério Público, Leandro foi o mentor intelectual do crime. Conforme a acusação, ele e Graciele não queriam dividir com Bernardo a herança deixada pela mãe dele, Odilaine (falecida em 2010), e o consideravam um estorvo para o novo núcleo familiar. O casal teria oferecido dinheiro para Edelvania ajudar a executar o crime.

Bernardo, não sabendo do plano, aceitou ir até Frederico Westphalen com a madrasta para ser levado a uma benzedeira. O menino acabou morto por uma superdosagem de Midazolan, medicação de uso controlado. Seu corpo foi enterrado na cova vertical aberta por Evandro.

Para encobrir o crime, Leandro teria feito um falso registro policial do desparecimento do menino.

Primeiro júri

Em 2019, Leandro foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão (30 anos e 8 meses por homicídio, 2 anos por ocultação de cadáver e 1 ano por falsidade ideológica). A defesa sustentou a inocência do médico afirmando que as acusações foram feitas em cima de conjecturas e de provas falsas.

Também foram condenados Graciele Ugulini (34 anos e 7 meses de reclusão), Edelvania Wirganovicz (22 anos e 10 meses) e Evandro Wirganovicz (9 anos e 6 meses).

Apenas o julgamento de Leandro foi anulado. No final de 2021, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça considerou que houve quebra da paridade de armas durante o interrogatório do médico.

No entendimento do colegiado, os promotores não se limitaram a formular perguntas ao réu, mas, sim, fizeram argumentações sem que os advogados de defesa pudessem contrapor.

Leandro está preso preventivamente desde 14 de abril de 2014. Graciele segue presa e tem previsão de progressão de regime para o semiaberto em julho de 2026. Edelvania está atualmente em regime semiaberto. Já Evandro está em regime semiaberto, atualmente em livramento condicional.

Acompanhe o julgamento:

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