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Política Novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski terá de definir como será sua relação com o Congresso

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O ministro Lewandowski tratou sobre investigação aberta a pedido do governo Lula sobre a disseminação de fake news relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, enfrenta o desafio de firmar-se como figura estritamente política após décadas de toga. Dentro do governo, é mistério como ele combinará o perfil reservado às articulações exigidas pela nova função, como a negociação de emendas parlamentares.

“A primeira coisa será conversar com ele, para saber as diretrizes na relação com o Congresso. Cada ministro tem sua característica. Vamos cumprir o que ele determinar”, afirmou o secretário de Assuntos Legislativos do ministério, Elias Vaz.

Quem conhece Lewandowski, porém, garante que sua nova comunicação, inclusive no enfrentamento ao bolsonarismo, não terá o estilo vocal que marcou a passagem de Flávio Dino. A função terá de ser assumida por outro ministro.

Auxiliares do presidente Lula comemoraram a aparição do ministro Kassio Nunes Marques, do STF, na posse de Lewandowski. Viram um gesto de aproximação. Já na oposição, houve ruído. O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou que o magistrado, indicado para a Corte por Jair Bolsonaro, “faz parte do consórcio entre PT e STF”.

O outro indicado por Bolsonaro para o STF, ministro André Mendonça, preferiu não ir à posse de Lewandowski. Dos 11 ministros, só ele e Edson Fachin se ausentaram.

Após a solenidade no Planalto, a juíza Helena Refosco entregou à mulher de Lewandowski, Iara, exemplar do seu livro Ação coletiva e democratização do acesso à Justiça. Foi um presente a ser entregue ao ministro, com quem ela atuou como juíza auxiliar à época em que Lewandowski presidia o TSE.

Combate ao crime

Durante discurso em sua cerimônia de posse, na última quinta-feira (1º), Lewandowski disse que, para o combate à violência no País ter sucesso, precisa ir além da “enérgica ação policial”.

“É escusado dizer que o combate à violência, para ter êxito, precisa ir além de uma permanente enérgica ação policial, demandando políticas públicas que permitam superar apartheid social que continua segregando”, afirmou.

O tema da segurança pública tem ganhado cada vez mais protagonismo no ministério, em meio ao crescimento de organizações criminosas no país e a episódios de violência gerados por disputas entre facções, como vistas no Rio de Janeiro e na Bahia.

O próprio presidente Lula, após o discurso de Lewandowski, pediu empenho no combate ao crime organizado, e disse que ele funciona como uma “indústria multinacional”.

Ao Ministério da Justiça estão ligados a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional, que tem sido enviada aos estados para reforço na segurança em momentos de crise.

No discurso, Lewandowski afirmou que a criminalidade no País é resultado de mazelas históricas e que “não há soluções fáceis” para essas questões.

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