Em dois telefonemas nos últimos dias, o futuro ministro da fazenda Fernando Haddad (PT) explicitou o desejo de ter o senador eleito Renan Filho (MDB-AL) para ser o futuro ministro do Planejamento e deixou claro que os dois fariam uma ótima dobradinha.
Segundo relatos ouvidos pelo jornalista Gerson Camarotti, o senador eleito recebeu bem a sondagem para integrar o núcleo duro do governo. No entanto, Renan Filho avisou que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva teria que convencer a bancada do MDB no Senado, pois, a princípio, o grupo ficaria com um ministério de alguma atividade fim como, por exemplo, Integração Nacional, Cidades ou Minas e Energia.
Haddad ouviu de Renan Filho que o Ministério do Planejamento não seria uma pasta que estava nos planos do MDB, mas o senador eleito considerou um bom desafio, desde que a pasta não se esvazie. No governo Bolsonaro, ela fazia parte do superministério da Economia.
Com a gestão fiscal exitosa durante os oito anos à frente do governo de Alagoas, Renan Filho demonstrou disposição para ganhar protagonismo em um cargo de projeção nacional.
Para interlocutores de Haddad, o senador eleito ainda poderia contribuir muito com o diálogo com o Congresso Nacional já que vai precisar de muita interlocução para aprovar, por exemplo, a Reforma Tributária.
Agora, a expectativa é que Lula converse com integrantes da bancada do MDB do Senado para que Renan Filho possa assumir a pasta. Isso também ajuda Lula a fazer uma distribuição melhor dos ministérios com outros partidos e, assim, garantir governabilidade no Congresso.
37 ministérios
Caso se confirme o anúncio feito pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil terá, a partir do ano que vem, cerca de 60% mais ministérios do que na configuração atual da Esplanada, sob comando de Jair Bolsonaro (PT).
Rui Costa declarou à imprensa neste sábado que o governo Lula terá 37 ministérios – 14 a mais do que os atuais 23.
Entre as áreas mencionadas por Costa que devem voltar a ter ministro próprio estão Esportes, Portos, Transportes, Pesca e Cidades, além do retorno da trinca Fazenda, Planejamento e Indústria, atualmente concentrada sob o guarda-chuva do Ministério da Economia.