Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2015
No dia seguinte à posse, o presidente argentino, Mauricio Macri, retornou de uma viagem de helicóptero com os sapatos empoeirados e foi tomar banho antes de ir à missa na catedral. Ao abrir o chuveiro, constatou que não havia água quente. Tomou banho frio.
Um dia antes, um de seus colaboradores mais próximos caminhava pelos corredores da Casa Rosada carregando uma caixa com fotos, um laptop e outros itens pessoais de seu chefe quando parou, com um susto: dois cães Labrador percorriam o lugar, farejando debaixo da mesa. “Não se preocupe: é parte do protocolo”, disse a Polícia Federal. Os cães inspecionavam grampos eletrônicos para controlar os microfones. Toda a operação durou mais de uma hora, mas nada de anormal foi encontrado.
Em seu círculo íntimo, Macri não mostrou espanto com as novas situações de poder que tem vivenciado. Algumas ridículas, até. Na Casa Rosada, ao pedir café com leite, os novos funcionários eram informados pelos garçons que o leite tinha acabado – e que era preciso autorização para repor.
Enquanto isso, na Recoleta, uma das áreas mais caras de Buenos Aires e onde 80% dos votos foram favoráveis a Macri, a ex-presidente Cristina Kirchner enfrenta resistência dos vizinhos. Ela está morando no apartamento de 180 metros quadrados, em um prédio de seis apartamentos, cada um avaliado em mais de meio milhão de dólares. “Não vai poder viver aqui”, dizem alguns vizinhos.
Mas Cristina agora deve se acostumar a morar em um apartamento de quatro quartos, sala de estar, cozinha com área de jantar, banheiro e pequena varanda. Todos os ambientes amplos e com acesso a um terraço comum.
Encontro de Dilma e Macri.
Em entrevista ao jornal El Tiempo, a chaceler argentina Susana Malcorra contou como foi o encontro entre Macri e a presidenta Dilma Rousseff, no último dia 4, em Brasília. “Eu definiria como uma reunião de trabalho, a qual foi bastante insólita porque, naquele momento, o presidente eleito ainda não estava em sua função. Não houve nada além dos protocolos normais de introdução, já que depois falamos de coisas muito concretas.”
“O presidente Macri foi muito enfático, e a presidenta Dilma Rousseff concordou que devemos colocar em movimento as aspirações do Mercosul para que possamos projetar a eliminação das barreiras aduaneiras, e, eventualmente, a integração da moeda.”
Sobre a possibilidade de ser criada uma moeda única no Mercosul, a chanceler afirmou que será um assunto que os países terão de pensar em algum momento. (AG)