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Novo rei zulu é reconhecido na África do Sul; coroação é a primeira em mais de 50 anos

Homens zulu na coroação do novo rei. (Foto: Reprodução)

Mulheres em trajes coloridos e homens vestidos como guerreiros se reuniram em um estádio da cidade de Durban neste sábado (29) para comemorar o reconhecimento, pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, ao rei dos zulus.

Misuzulu Zulu, de 48 anos, sucedeu seu pai, Goodwill Zwelithini, que morreu em março de 2021 após um reinado que atravessou o apartheid e a transição para a democracia.

Ramaphosa entregou o certificado oficial de reconhecimento do novo rei da monarquia tradicional mais rica e influente do país. Esta “coroação” – termo amplamente usado no país – será a primeira em mais de meio século e ocorrerá após um ano de disputas sucessórias dentro da família real./

Todas as televisões sul-africanas transmitem ao vivo as chegadas dos carros oficiais e as danças dos guerreiros “amaButho” descalços, armados com lanças e escudos, imitando a guerra.

11 milhões de zulus

O rei anterior, Goodwill Zwelithini, era uma figura respeitada, e sua morte abalou o país. Ele foi coroado em 1968, aos 20 anos. O novo rei, Misuzulu (“aquele que fortalece o povo zulu”), é filho da relação entre o falecido rei e sua terceira esposa, que era sua favorita, descrita como uma “grande rainha”.

A primeira esposa de Goodwill contestou a sucessão na Justiça, mas o tribunal negou o recurso. O título de rei não confere poder Executivo, mas o monarca exerce grande influência moral sobre mais de 11 milhões de zulus, que representam quase um quinto da população sul-africana.

Na democracia de onze línguas oficiais, os soberanos e chefes tradicionais são reconhecidos pela Constituição. Entre as milhares de pessoas reunidas no estádio Moses Mabhida em Durban, a terceira cidade do país no Oceano Índico, estava Mswati III, o monarca absoluto de Eswatini, que é tio do novo rei zulu.

A fama do povo zulu baseia-se originalmente nas façanhas de Chaka, um guerreiro implacável e criador de um exército que, gerações depois, no final do século XIX, venceu uma sangrenta batalha contra o Império Britânico.

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