Em vigor no Rio Grande do Sul desde o começo desta semana, o novo sistema de monitoramento da pandemia de coronavírus teve na tarde desta terça-feira (18) os seus primeiros Alertas e Avisos emitidos pelo governo gaúcho. O alvo são 12 regiões nas quais foi constatada piora em indicadores sanitários como propagação do contágio e demanda por leitos clínicos e de UTI.
Nestes primeiros dias, as regiões de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí, Passo Fundo e Santo Ângelo receberam os primeiros cinco Alertas, após análise feita pela equipe técnica do Grupo de Trabalho da Saúde no domingo e de confirmação pelo Gabinete de Crise na segunda-feira (17).
Essas áreas receberam prazo de 48 horas para avaliar, responder sobre o quadro e apresentar plano de ação compatível com o Alerta e com a situação epidemiológica apontada, com o objetivo de reverter a situação. É a Ação, terceiro e mais severo nível previsto nos “3As” que dão nome ao novo modelo de gestão.
O prazo começou a contar a partir da notificação às prefeituras e regiões, portanto se encerra às 15h desta quinta-feira (20). Caso a resposta por parte da região seja considerada adequada, a proposta será aplicada imediatamente e a região continuará monitorada pelo Grupo de Trabalho da Saúde. Do contrário, o Estado poderá intervir e estipular ações adicionais a serem seguidas.
Já os sete primeiros Avisos do novo sistema foram emitidos para as regiões Covid de Santa Maria, Uruguaiana, Santa Rosa, Palmeira das Missões, Pelotas, Caxias do Sul e Santa Cruz do Sul. A partir da comunicação pelo Estado, cada uma delas deverá redobrar a atenção para o quadro da pandemia.
Os Avisos não vêm acompanhados de um parecer, como os Alertas, porque são apenas um comunicado a respeito do agravamento do quadro epidemiológico, registrado no Boletim Regional elaborado pelo Grupo de Trabalho da Saúde.
Reuniões às quartas
O Gabinete de Crise se reunirá todas as quartas-feiras para analisar as recomendações do Grupo de Trabalho da Saúde. No entanto, a equipe técnica poderá se encontrar a qualquer momento, caso seja constatada alguma piora nos indicadores, emitindo a partir de então Avisos às regiões e recomendando Alertas que serão analisados pelo Gabinete de Crise.
Conforme o Palácio Piratini, o principal objetivo do novo sistema é tornar a gestão da pandemia mais simplificada, sem engessar os comunicados (antes feitos por meio de bandeiras e atualizados semanalmente no Distanciamento Controlado) e torná-la mais simplificada e mais colaborativa, compartilhando com prefeituras e associações regionais a definição de protocolos para as atividades.
“Trata-se de um reforço de governança que estamos dando ao novo sistema de monitoramento da pandemia, a partir do momento que se avisa uma região e a região é chamada para que ela mesmo tome as providências”, pontuou o governador Eduardo Leite em transmissão virtual, acrescentando que:
“Se foram tomadas providências consideradas proporcionais ao nível de gravidade, serão implementadas essas providências. Se não, o Gabinete de Crise poderá deliberar por uma intervenção, mas sempre precedida por tentativa de entendimento com líderes da região, a fim de proteger a saúde dos gaúchos e tentar conciliar ao máximo com as atividades econômicas.”
Participaram da “live” o secretário extraordinário de Apoio à Gestão Administrativa e Política, Agostinho Meirelles, que esteve presencialmente no Palácio Piratini, além de secretários e integrantes do Grupo de Trabalho da Saúde, por videoconferência.
(Marcello Campos)