Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2022
Estranho no ninho petista, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) carregou para Brasília, onde coordena a equipe de transição, um trio de fiéis escudeiros. São os “alckmistas” — como os petistas os apelidaram — Floriano Pesaro, Marcio Elias Rosa e Pedro Guerra, que destoam dos demais “companheiros” por não utilizarem na lapela o broche do PT e marcarem presença quase todos os dias no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Em comum entre eles, além do sotaque paulista, o perfil discreto que se assemelha ao do chefe, com quem trabalharam por anos no Palácio dos Bandeirantes.
Com o cargo de coordenador-executivo da transição, Pesaro é considerado os “olhos e ouvidos” e o “braço-direito” de Alckmin no CCBB — o vice tem se dividido entre São Paulo e Brasília nas últimas semanas. Na prática, é o auxiliar quem cuida do dia a dia da transição, desde a organização de reuniões à compra de materiais. Ex-secretário-adjunto da Casa Civil (2003-2004) e Desenvolvimento Social (2015-2018) na gestão Alckmin no governo de São Paulo, ele se licenciou do mandato de deputado federal para trabalhar no Palácio dos Bandeirantes, em 2015. E reassumiu na Câmara um ano depois, com uma missão: votar a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Na época, ele chegou a chamar o PT de “organização criminosa”. Questionado, Pesaro afirmou não ver contradição ao integrar a equipe do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Naquele momento histórico estávamos em polos políticos opostos e eram naturais os posicionamentos críticos de parte a parte. Hoje, ao contrário, o que nos une é mais relevante: a defesa da democracia, das instituições republicanas e a necessidade de o Estado fazer frente a uma grande emergência social”, disse.
Advogado de Alckmin, Marcio Elias Rosa é outro assessor direto do vice-presidente e integra o núcleo da Justiça e Segurança Pública na transição. Ele foi o procurador-geral do Estado de São Paulo durante duas gestões (2012-2014 e 2014-2016) e secretário estadual de Justiça (2016-2018). Na época em que chefiou o Ministério Público paulista, Rosa saiu em defesa dos procuradores que investigavam o caso do tríplex no Guarujá, cuja posse era atribuída a Lula.
Pedro Guerra, por sua vez, é considerado um conselheiro político de Alckmin desde os tempos do Bandeirantes. Formado em Direito e especializado em administração pública, ele é o responsável por montar a agenda do vice-presidente eleito e mantê-lo informado sobre as articulações políticas em jogo. Ele deve exercer essa função na Vice-Presidência da República.