Quinta-feira, 17 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2022
As acusações de assédio sexual na Caixa Econômica Federal derrubaram mais um executivo. Depois do pedido de demissão do agora ex-presidente da instituição Pedro Guimarães, em razão das denúncias de assédio sexual de várias funcionárias, agora foi a vez de Celso Leonardo Barbosa, vice-presidente de Negócios de Atacado, uma das 12 vice-presidências do banco.
Considerado até então o vice mais próximo de Pedro Guimarães, Celso Leonardo Barbosa, que também é lutador de MMA, foi citado nas denúncias de assédio sexual por funcionárias da Caixa.
Nesta sexta-feira (1º), o Conselho de Administração aceitou a carta de renúncia de Barbosa, segundo comunicado de fato relevante emitido à noite pela Caixa.
À tarde, Barbosa se despediu da equipe. Fez um discurso no qual negou qualquer acusação contra ele e chegou até a chorar, segundo informaram pessoas presentes no gabinete.
Além de ter sido citado nas denúncias de funcionárias contra Pedro Guimarães no Ministério Público Federal, Barbosa é acusado na única denúncia de assédio sexual formalizada na ouvidoria da Caixa.
A funcionária acusa o agora ex-vice-presidente de Negócios de Atacado de tê-la assediado sexualmente, o que ele nega.
Barbosa decidiu sair por ter sido informado que a situação dele, assim como a do ex-presidente do banco, havia ficado “insustentável” diante das acusações das funcionárias.
A nova presidente da Caixa, Daniella Marques tomou posse nesta sexta e assumirá oficialmente o posto em cerimônia na terça (5) no Palácio do Planalto.
Até esta sexta, o presidente da República, Jair Bolsonaro, não havia se pronunciado sobre o episódio.
Ele aceitou que Pedro Guimarães pedisse demissão, em vez de ser demitido, como defendiam interlocutores do presidente.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, no entanto, comentou o episódio ao chegar ao Palácio do Planalto nesta sexta.
“Em termos, vamos dizer assim, operacionais, o trabalho do Pedro foi muito bom. A Caixa avançou bastante ao longo desses anos. Mas, lamentavelmente, nessa parte moral, falhou, e falhou feio”, afirmou Mourão a jornalistas.
Mourão, que é general da reserva do Exército, afirmou que em sua experiência como militar o assédio de um superior sobre um subordinado é “uma das piores coisas que podem acontecer”.
“Quarenta e seis anos dentro das Forças Armadas, que é onde a gente atua dentro de honra, a lealdade, integridade, probidade. Então, qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado é das piores coisas que podem acontecer. Então, não concordo em hipótese alguma”, completou o vice.
O escândalo na Caixa está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e, agora, também pelo Ministério Público do Trabalho, além do Tribunal de Contas da União.