Ícone do site Jornal O Sul

Número de deputados que assinaram pedido de impeachment do presidente Lula chega a 130

O pedido de impeachment contra Lula não foi protocolado ainda. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Chegou a 130 nessa segunda-feira (3) o número de deputados federais que assinam um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os parlamentares de oposição, liderados por Rodolfo Nogueira (PL-MS), acusam o petista de ter praticado uma “pedalada fiscal” na reserva de verbas do programa Pé-de-Meia. Os recursos, na casa dos seis bilhões de reais, foram bloqueados por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU) – veredicto que o governo busca reverter.

Na lista, há vários parlamentares de partidos que integram a base do governo federal, como União Brasil, PSD, PP, MDB e Republicanos. Porém, a grande maioria pertence ao PL de Jair Bolsonaro. Há deputados também do Podemos, Cidadania, Novo, PRD e PSDB, além de membros da bancada evangélica e também da do agronegócio. O pedido de impeachment não foi protocolado ainda.

O grande número de signatários, no entanto, não é suficiente para que o pedido tenha tração. Cabe ao presidente da Câmara, cadeira ocupada pelo deputado Hugo Motta Republicanos-PB) desde o sábado (1°), a decisão aceitar ou não o pedido.

Quando Dilma Rousseff foi alvo de impeachment, ela entrou em guerra com o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que colocou o processo para andar em um cenário em que a petista tinha cerca de 10% de avaliação positiva no País.

Hugo Motta esteve reunido com Lula nessa segunda-feira e já fez acenos ao presidente. Além disso, pesquisa da Quaest mostra que, apesar da vantagem ter diminuído, Lula ainda venceria qualquer um dos seus possíveis oponentes em 2026.

Fora de cogitação

Apoiado tanto por Bolsonaro quanto por Lula para a presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta revelou o que pensa sobre pautar o novo pedido de impeachment do petista, que será protocolado pela oposição esta semana. Motta disse a interlocutores que está “fora de cogitação” instaurar o processo de afastamento do presidente da República.

Sem entrar no mérito do pedido de impeachment, Hugo Motta afirmou que buscará dar governabilidade a Lula e, paralelamente, voz a opositores. Um afastamento do presidente, contudo, extrapolaria o que foi negociado nas tratativas para obter apoio de bolsonaristas ao comando da Câmara.

O sinal de que Hugo Motta está próximo de Lula foi dado pelo próprio deputado no discurso de posse na Câmara. Em sua fala, Motta invocou Ulysses Guimarães e disse ter “ódio e nojo da ditadura”, ao passo que finalizou com um “ainda estamos aqui”, em alusão ao filme “Ainda estou aqui”, protagonizado por Fernanda Torres.

Até mesmo aliados de Motta favoráveis ao impeachment avaliam não haver clima para uma ofensiva do chefe da Câmara contra Lula no momento. Esse grupo acredita, porém, que um eventual clamor das ruas poderá pressionar o chefe da Câmara com o passar do tempo.

Para isso, organizam manifestações contra o petista. Atos estão sendo convocados para março. As informações são da revista Veja e do site Metrópoles.

Sair da versão mobile