A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%. A falta de trabalho, no entanto, ainda atinge 9,9 milhões de pessoas, menor nível desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego estava em 9,3%, atingindo 10,1 milhões de pessoas.
A taxa de julho representa queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, terminado em abril.
Na mínima da série histórica, registrada em 2014, a taxa chegou a 6,5%.
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O nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 57%, queda de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril. Em relação ao mesmo trimestre de 2021, a redução é ainda maior: 4,1 pontos percentuais.
“É possível observar a manutenção da tendência de crescimento da ocupação e uma queda importante na taxa de desocupação”, explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy.
Já o contingente de pessoas ocupadas foi de 98,7 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em 2012.
Precariedade
A população ocupada chegou a 98,7 milhões de pessoas, o maior nível da série histórica da pesquisa, em 2012.
Os dados do IBGE, no entanto, mostram a fragilidade desse crescimento: o número de trabalhadores informais foi o maior da série, ficando em 39,3 milhões, 559 mil a mais que no trimestre encerrado em abril. Já a taxa de informalidade ficou em 39,8% da população ocupada.
Fazem parte dessa população informal os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.
Comércio e administração pública
Segundo o IBGE, duas atividades influenciaram a queda do desemprego em julho. Em Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, houve acréscimo de 692 mil pessoas no mercado de trabalho (3,7%) em comparação com o trimestre anterior.
Já Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tiveram incremento de 648 mil pessoas (3,9%).
“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, afirma a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy.
Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2021, apenas o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura não apresentou crescimento na população ocupada.
“Sem carteira”
O número de empregados sem carteira assinada chegou a 13,1 milhões, maior número desde o início da série histórica, em 2012. O crescimento foi de 4,8% no trimestre (mais 601 mil pessoas) e 19,8% (2,2 milhões de pessoas) no ano.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) também subiu: 1,6% contra o trimestre anterior, alcançando 35,8 milhões.
O número de trabalhadores domésticos ficou em 5,9 milhões de pessoas, alta de 4,4% frente ao trimestre anterior e de 14,1% (mais 718 mil pessoas) no ano.
Já a quantidade de trabalhadores por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, crescimento de 1,3% (326 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço foi de 3,5% (mais 872 mil pessoas).
O número de empregadores cresceu 3,9% no trimestre (mais 162 mil pessoas), ficando em 4,3 milhões de pessoas, e 16,2% (597 mil pessoas) no ano.
O número de empregados no setor público (12 milhões) cresceu 4,7% no trimestre e 5,1% no ano.