Descontados os dois anos da pandemia de Covid-19 (2020 e 2021), o primeiro semestre de 2023 teve o menor número de greves desde 2014 no Brasil, segundo um levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Foram feitas, conforme a pesquisa, 558 paralisações de trabalhadores de janeiro a junho.
Em 2022, no mesmo período, houve 679. Em 2014, ocorreram 1.233 mobilizações nos primeiros seis meses do ano.
O reajuste salarial é a reivindicação que mais aparece como motivação das greves (41,6%), seguida por pagamento do piso salarial para as categorias (32,8%). No entanto, também são significativos os movimentos que têm na pauta a melhoria das condições de trabalho (21,5%) e o pagamento de salários em atraso (20,1%). Em 65% dos casos, houve atendimento ao menos parcial das demandas.
Nas greves do serviço público, a maior parte veio de trabalhadores municipais (74%), enquanto servidores estaduais protagonizaram 20,7% dos movimentos e federais 4,3%. Nesses movimentos, o reajuste salarial e o pagamento dos pisos das categorias continuam sendo as reivindicações mais importantes, presentes em 54,5% e 52,3% das mobilizações, respectivamente. Porém, a melhoria das condições de trabalho tem maior importância na pauta dessas paralisações, presente em 30%. A melhoria dos serviços públicos também foi reivindicada em 27,9% dessas greves.
Nas greves do setor privado, 49,3% das mobilizações pediam pagamento de salários em atraso. As reivindicações sobre alimentação, como pagamento de vales e auxílios, vêm em segundo lugar de importância, presentes em 36,4% dos movimentos, enquanto os pedidos de reajuste salarial aparecem em terceiro lugar, em 23,4% das greves.