O número de pessoas internadas por Covid-19 na Inglaterra superou o pico da primeira onda e o número de contágios registrou um novo recorde, o que deixa os profissionais da saúde no “olho do furacão”, de acordo com o diretor geral do NHS (Serviço Nacional de Saúde), Simon Stevens
Na manhã de segunda-feira (28), 20.426 pessoas estavam estavam hospitalizadas na Inglaterra, afetadas pela doença, contra 18.974 durante o pior momento da primeira onda, em 12 de abril.
O número de pessoas infectadas em apenas um dia no Reino Unido alcançou 41.385, de acordo com os números oficiais. Desde o início da pandemia, mais de 2,3 milhões de pessoas testaram positivo e 71.000 morreram vítimas da Covid-19 no país.
“Muitos de nós perdemos membros da família, amigos, colegas e, em um período do ano em que normalmente estaríamos celebrando, muitas pessoas estão compreensivelmente ansiosas, frustradas e cansadas”, disse o diretor geral do NHS na Inglaterra. “E agora estamos de volta ao olho do furacão com uma segunda onda de coronavírus varrendo a Europa e, de fato, este país”, completou.
Os hospitais estão “muito sobrecarregados”, declarou Matthew Kershaw, diretor de um hospital em Croydon, ao sul de Londres, em uma entrevista à BBC na qual citou um “momento difícil”.
O governo britânico aposta nas vacinas para sair da crise. A MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos Produtos para a Saúde) anunciará nos próximos dias sua opinião sobre a vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford, depois de autorizar a da Pfizer/BioNTech, que já foi aplicada em mais de 600.000 pessoas desde 8 de dezembro.
Simon Stevens acredita que até o fim da primavera (hemisfério norte, outono no Brasil) todas as pessoas vulneráveis do país terão sido vacinadas. “Isto talvez represente a maior esperança para o próximo ano”, disse.
Mas os esforços de vacinação precisam dobrar a dois milhões de doses por semana para evitar a terceira onda da pandemia, de acordo com os cálculos da Faculdade de Higiene e Medicina Tropical de Londres, divulgados nesta terça-feira (29) pelo jornal The Telegraph.