O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou nesse sábado (10) que 117 palestinos morreram em 24 horas em virtude dos ataques aéreos israelenses na região. O número total de mortos subiu para 28.064, desde o início do conflito entre Israel e Hamas, segundo o ministério, que não distingue civis e combatentes. Outras 67 mil pessoas ficaram feridas.
Nesse sábado, 10, ataques aéreos israelenses à cidade de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, deixaram ao menos 44 palestinos mortos, segundo autoridades municipais de Rafah. Em Khan Younis, também no sul de Gaza, as forças militares israelenses atacaram o Hospital Nasser, o maior da região, levando a cinco mortes e deixando cinco feridos. No norte de Gaza, em Deir al-Balah, outro ataque levou à morte de cinco pessoas e deixou dez feridos.
Em Rafah, moradores da região, evacuam a cidade diante da ameaça de uma ofensiva terrestre do Exército de Israel. Na sexta-feira (9), o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou que as forças militares apresentem um plano de evacuação da cidade. Segundo Netanyahu, quatro batalhões do Hamas permanecem em Rafah. A cidade é um dos principais corredores de entrada de ajuda humanitária na região.
Escalada da violência
A escalada da violência em Gaza atingiu em cheio os hospitais e suas equipes, revelou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados publicado na sexta-feira, apontam mais de 350 ataques a instalações de saúde desde o início do conflito.
Desde 7 de outubro, ataques contra hospitais e clínicas deixaram mais de 640 mortos e 800 feridos, destacou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic. Segundo ele, 98 instalações de saúde, incluindo 27 hospitais, foram danificados de um total de 36 afetados.
Em sua última atualização sobre a crise, o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha, relatou “combates mais intensos” em Khan Younis, no sul de Gaza, na última quinta-feira, envolvendo bombardeios e tiroteios pesados.
Citando a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, o Ocha disse que o hospital Nasser e o hospital Al Amal, supostamente sitiado por 17 dias, continuaram a ser particularmente afetados pela violência que “está expulsando milhares de pessoas”, que seguem para Rafah em busca de abrigo.
A atualização também transmitiu relatórios da autoridade de saúde de Gaza sobre contínuas “alegações de disparos de franco-atiradores nas proximidades do hospital Nasser” e alegações de que os militares israelenses haviam impedido o movimento de ambulâncias e o acesso ao hospital Nasser.
Os dados mais recentes da OMS também destacaram o número crescente de violência contra o setor de saúde na Cisjordânia desde o início da guerra em outubro. Mais de 300 ataques foram registados, resultando em 10 mortes e 62 feridos.
O representante da agência de saúde da ONU observou que 44 instalações de saúde foram afetadas, incluindo 15 clínicas móveis e 24 ambulâncias.
O último balanço dos combates em Gaza é de pelo menos 27.840 mortes e mais de 67.300 feridos, de acordo com a autoridade de saúde local.
Até 8 de fevereiro, 225 soldados israelenses foram mortos e 1.314 ficaram feridos em Gaza desde o início da operação terrestre, de acordo com o exército israelense.
Fome
A ONU continua a destacar que o risco de fome em Gaza está aumentando “a cada dia”, principalmente no norte do enclave. Segundo o Ocha, milhares de pessoas foram “predominantemente privadas de assistência” apesar da crescente necessidade, com muitos relatos de moagem de ração animal para ser utilizada na alimentação humana.
Desde o início da crise, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, entregou 1.940 caminhões, 19% de todos os que foram usados na ajuda, transportando mais de 32.413 toneladas de alimentos. A última vez que a Agência da ONU para Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, conseguiu distribuir alimentos no norte de Wadi Gaza foi em 23 de janeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da ONU.